18 de março de 2024
Turismo

Mostar: difícil não se encantar…

Parte do centro histórico visto a partir da Ponte Velha. (Fonte: Mônica Sayão)

A gente, que trabalha com turismo, deveria ser puramente profissional e encarar os destinos como só mais um lugar a ser visitado. Mas há cidades que roubam definitivamente o coração da gente, fazer o quê?

Situada na Bósnia e Herzegovina, Mostar é um desses lugares apaixonantes. Cortada pelo rio Neretva, tem um centro histórico lindo e a ponte mais famosa dos Balcãs. Vamos a ela.

Mostar é a principal cidade da Herzegovina, que é a parte sul do país Bósnia e Herzegovina. Bósnia é a parte maior, fica no norte e em seu território está a capital do país, Sarajevo.

Bosnia e Herzegovina é o único país da antiga Iugoslávia que ainda tem maioria muçulmana. O Império Otomano conquistou parte do leste europeu no século XV. Não foi diferente com a Bósnia, que tinha uma grande população no campo que se converteu em massa ao islamismo. Os otomanos permaneceram na região por quatro séculos, até serem derrotados.

O país Bósnia e Herzegovina.  (Fonte: depositphotos.com)

A primeira coisa que chama a atenção quando se avista Mostar da estrada é a quantidade de minaretes espalhados pela cidade. E também fica claro que ainda há regiões não recuperadas da guerra civil na década de 1990. Aliás, só ao vivo é que a gente tem consciência da real dimensão desse conflito, principalmente pelo relato de testemunhas.

A primeira menção à cidade de Mostar é de1452. No século XVI os otomanos construíram a Stari Most, ou Ponte Velha, sobre o rio Neretva. Essa ponte de pedra é o símbolo e é a maior referência da cidade. Infelizmente a ponte original foi bombardeada e destruída em 1993 durante a guerra da Bósnia… mais uma vez ela! Em 2004 uma nova ponte com o mesmo desenho foi inaugurada, para orgulho da população. Em 2005 foi tombada como patrimônio histórico pela Unesco. Carinhosamente continua a ser chamada de Ponte Velha.

A Ponte Velha, reconstruída em 2004, com o mesmo desenho da ponte original otomana. (Fonte: Mônica Sayão)
Detalhe do piso inclinado da Ponte Velha: “traves” de pedra para impedir que o pedestre escorregue. E é escorregadio mesmo!
(Fonte: Mônica Sayão)

O centro histórico se desenvolve para cada um dos lados da Ponte Velha. É o maior prazer passear e se perder pelas suas ruas estreitas com mil lojinhas de artesanato e mercadoria turcas, muitos restaurantes bacanas com linda vista do rio, mesquitas antigas e também curtir a arquitetura medieval de pedra e de casas antigas coloridas.

Caminhando pelo centro antigo, às margens do rio Neretva.
(Fonte: Mônica Sayão)

A maioria das lojinhas vende mercadoria turca: objetos de cobre, tapetes, cerâmicas coloridas e muitas pashminas.
(Fonte: Mônica Sayão)
E mais lojinhas… (Fonte: Mônica Sayão)

Estarei eu na Turquia nesse final de tarde? (Fonte: Mônica Sayão)

A maioria dos restaurantes do centro histórico chama a atenção. Não me lembro de ter visto em outra cidade um cuidado tão grande para o estabelecimento proporcionar uma atmosfera aconchegante. Rodeados por verde, floridos, alguns com vista maravilhosa, são um convite explícito para, pelo menos, um drinque ou um café.

Este restaurante estava vazio porque ainda era cedo… (Fonte: Mônica Sayão)
Jantar entre flores, nada mal. (Fonte: Mônica Sayão)
Puro charme! (Fonte: Mônica Sayão)
Saltar da Ponte Velha é uma tradição. (Fonte: Mônica Sayão)

A foto acima foi tirada agora em outubro. E lá estava um mergulhador anônimo. Pois é, mergulhar da ponte é uma tradição em Mostar há muitos anos. Quase todos os dias há mergulhos, mas feitos por pessoas treinadas, diga-se de passagem. Fiquei sabendo que mesmo durante a guerra os mergulhos eventualmente aconteciam, o que mostra a resistência desse povo. Vida normal, dentro do possível!

A maioria dos turistas passa pela cidade, visita e segue viagem. A cidade é pequena, e geralmente os visitantes estão a caminho de Sarajevo. Sugiro fortemente o pernoite porque se Mostar é linda de dia, à noite ela é mágica!

Mágica à noite! (Fonte: 360meridianos)

Mônica Sayão

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

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