19 de março de 2024
Turismo

Cinque Terre, vale a pena conhecer

As notícias recentes vindas da Europa nos trazem alguma esperança de volta à normalidade, mesmo que em pequenas doses. Mas já é alguma coisa e nos permitem sonhar com viagens a médio prazo. E como os sonhos não estão em isolamento social, vamos a eles, se não para planejar, mas pelo menos para nos recordar de momentos e lugares bacanas que visitamos.
Esta semana me lembrei de viagem feita à Cinque Terre. Eu já conhecia bem a Costa Amalfitana (fiz post aqui no Boletim) mas Cinque Terre não. Precisava visitá-la até para fins profissionais, já que trabalho com turismo.

Cinque Terre com seus vilarejos debruçados sobre o mar.
(Fonte: mundoviajar.com.br)

Localizada na costa da Ligúria, no noroeste da Itália, o Parco Nationale delle Cinque Terre, tombado pela Unesco desde 1997, é uma pequena região onde estão os vilarejos de Monterosso al Mare, Vernazza, Coniglia, Manarola e Riomaggiore. São doze quilômetros de costa rochosa, entremeada pelas cinco cidadezinhas coloridas, à beira de um mar de cor linda, e rodeada por vinhedos e oliveiras. Pela dificuldade de acesso, a área manteve suas características originais, o que a torna ainda mais especial.

A região de Cinque Terre engloba os vilarejos de Monterosso al Mare, Vernazza,
Coniglia, Manarola e Riomaggiore. (Fonte: triptimeweb.worldpress.com)
Como chegar:
Resolvi falar sobre o acesso a Cinque Terre pela particularidade de sua geografia. O aeroporto mais próximo vai depender da escolha do local de pernoite. Sempre sugiro que se escolha cidades fora das Cinque Terre como base, porque são maiores, de acesso fácil e possuem mais e melhores opções de alojamento.
Há duas alternativas: pernoite em La Spezia, localizada ao sul, ou em Levanto, localizada ao norte do parque. Se a hospedagem for em La Spezia o melhor aeroporto é o de Pisa. Se for em Levanto, o aeroporto de Gênova é o melhor.
Tanto de La Spezia como de Levanto chega-se a Cinque Terre de trem, que faz paradas em todos os cinco vilarejos. O trajeto de La Spezia até o última dos vilarejos, Monterosso al Mare, é de 30min parando em todas as estações. De barco é possível fazer paradas em quatro dos vilarejos, menos em Coniglia, que fica no topo da encosta. A ida de barco é a opção mais bonita, não tenho dúvida. O acesso de carro é pouco prático e dispendioso, porque as estradinhas são estreitas e cheias de curvas e se só deixar o carro em estacionamentos pagos fora dos vilarejos.
Minha visita pelas Cinque Terre começou com a escolha de La Spezia como a cidade-base porque eu vinha de carro da Toscana. La Spezia é muito agradável e a dica é a escolha de um hotel na orla ajardinada do centro, bem em frente aos terminais de barcos. Escolhi o Hotel NH La Spezia, com vista para os jardins públicos e o mar. O hotel tem um ótimo custo/benefício.
Fim da tarde em La Spezia: passeio pelos lindos jardins bem em frente ao mar.
(Fonte: Mônica Sayão)
Há várias empresas de barcos que levam o turista até as Cinque Terre. Comprei o bilhete na hora porque era baixa estação e há muitas opções de horários. A primeira parada é em Portovenere, ainda antes das Cinque Terre. É uma cidadezinha super charmosa e bem turística. Há vários restaurantes, lojinhas e a bela igreja de São Pedro, construída no final do século XII, sobre um promontório. O bilhete do barco dá direito a saltar em Portovenere, e vale muito conhecer o lugar e depois esperar o próximo barco para continuar o passeio.
Portovenere é uma linda cidadezinha medieval, entre La Spezia e Riomaggiore, que é a primeira das Cinque Terre. Recomendo! (Fonte: Mônica Sayão)
A Igreja de São Pedro, em Portovenere, tem localização privilegiada.
(Fonte: Mônica Sayão)
Vista da costa a partir da Igreja de São Pedro, em Portovenere. (Fonte: Mônica Sayão)
As Cinque Terre:
1) Riomaggiore: é a primeira das Cinque Terre, para quem vem de La Spezia. Não desci do barco porque previamente já havia escolhido Vernazza para ser o lugar do Parco Nazionale onde queria passar um bom tempo, sem correria.
Reparem nas próximas duas fotos que são de Riomaggiore. Independente da hora do dia em que as fotos foram tiradas e o efeito da luminosidade sobre elas, há uma diferença: o colorido das casas. Estive em Cinque Terre em maio de 2011 quando tirei minhas fotos. Em outubro do mesmo ano houve intensas chuvas que causaram inundações e deslizamentos de terra na região, e também algumas mortes. Cinque Terre ficou fechada por um tempo para reconstrução e assim várias casas foram restauradas e pintadas e assim levaram um “upgrade” de colorido.
Riomaggiore em 2011 antes das chuvas de outubro do mesmo ano.
(Fonte: Mônica Sayão)
Riomaggiore com seu novo colorido. (Fonte: onegirlwholeworld.com)

Há várias trilhas que conectam os cinco vilarejos. A trilha mais famosa é Il Sentiero Azzurro (A Trilha Azul) que segue a costa. Nem sempre a trilha é fácil, mas a parte que é conhecida como Via dell’Amore, que liga Riomaggiore a Manarola, é de tirar o fôlego. Pelo menos esse trecho deve ser feito pelo visitante, mesmo que tenha bilhetes para o trem ou o barco.

Via dell’ Amore, trilha maravilhosa que liga Riomaggiore a Manarola.
(Fonte: visitrigiomaggiori.com)

2) Manarola: é a segunda parada, seja de trem ou de barco. A cidadezinha é uma graça! Se houver tempo, vale saltar do trem ou barco para conhecê-la.

Manarola, com suas casas coloridas. (Fonte: pt.wikipedia.org)
3) Coniglia: é o único vilarejo que não chega até o mar, por isso o barco não pode fazer parada lá. Se o visitante vier de trem a estação fica logo acima do mar e para chegar ao centrinho no topo da encosta pode-se pegar um ônibus local ou subir cerca de 360 graus. Por esse motivo é a menos visitada das cinco cidadezinhas.
Coniglia: só o trem faz parada nesse vilarejo, mas o barco chega perto para fotos.
(Fonte: Mônica Sayão)

4) Vernazza: é o vilarejo que mais gostei e foi lá que paramos. Tanto em Vernazza como em Monterosso há praia de areia, ponto para os dois. Mas Vernazza leva, na minha opinião, vantagem sobre Monterrosso: é mais aconchegante.
No passado foi a principal cidade da região e podemos ver isso por suas construções e seu castelo fortificado, que protegia Gênova de invasores indesejados.
Vernazza é cheia de ruelas, escadas, becos, tudo caoticamente encantador. Novamente preciso chamar atenção para minhas fotos de antes da enchente de 2011. A cidade parecia decadente e mal cuidada. Mas fazia parte do charme, creio eu.

Visão ao sair do barco: praia de areia fina e mar transparente.
(Fonte: Mônica Sayão)
Vernazza: detalhe do castelo fortificado ao fundo. (Fonte: Mônica Sayão)
Centrinho típico italiano. (Fonte: Mônica Sayão)
Um emaranhado de ruelas e escadas, com muito charme.
(Fonte: Mônica Sayão)
Precisa de um pouco de preparo físico, mas isso é detalhe!
(Fonte: Mônica Sayão)
Restaurante bem em frente à praia onde almoçamos um peixe delicioso.
(Fonte: Mônica Sayão)
Vernazza vista a partir da trilha que a liga a Monterosso. As ruínas do castelo ao fundo. (Fonte: Mônica Sayão)
A cor da água é linda! (Foto: Mônica Sayão)

5) Monterosso al Mare: tem a maior praia, acesso mais fácil e melhores opções de restaurantes.

Monterosso al Mare com sua longa praia de areia , mar lindo e melhores opções de restaurantes. À direita vemos a trilha que conecta com Vernazza. (Fonte: goodfon.com)

Cinque Terre é um lugar para se visitar pelo menos uma vez na vida. Não é lugar de badalação, como a Costa Amalfitana. Nem tem hotéis, restaurantes e lojas sofisticadas. Mas tem a essência de povoados típicos italianos. Com certeza vale conhecer!

Mônica Sayão

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

    6 Comentários

    • Leila Vieira 31 de maio de 2020

      Valeu a sua descrição de Cinque Terre, gostei muito, não conheço, quem sabe um dia?
      As fotos estão formidáveis.

      • Mônica Sayão 1 de junho de 2020

        Leila querida,
        Mais um lugar para sonharmos ir depois dessa pandemia!
        Brigadão,
        Bjs
        Mônica

    • Vera gilda Araujo 31 de maio de 2020

      Nossa que beleza!!!Lindas fotos!

      • Mônica Sayão 1 de junho de 2020

        Tia Verinha querida,
        Muito obrigada! Vamos sonhando…
        Bjs
        Mônica

    • Basilio Catrini 4 de junho de 2020

      Meraviglia de região. Estivemos duas vezes por la’. Na ultima, infelizmente, não pudemos fazer a Via dell’ Amore estava fechada, um barranco havia caído. Muito legal tudo que você publicou, pra variar…. Parabéns.

    • Mônica Sayão 4 de junho de 2020

      Caro Basilio,
      A região é uma maravilha mesmo! Mas onde não é na querida Itália!!!
      Obrigada pelo incentivo para continuar escrevendo meus posts!
      Um abraço,
      Mônica

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