29 de março de 2024
Walter Navarro

Pavana para uma infanta defunta em Havana


Defunta, mas ainda quentinha… E o Lula abusando da Xuxa! Diz que ele chegou, tirou o Gilmar Mendes pra fora e ordenou: “Xuxa abra a boca e adie a CPI do Mensalão…”. Que falta de absurdo! Não é a primeira, nem a última dele. É um desclassificado que não solta o osso nem com paulada. Por falar em pau, li na Veja que a gostosa Andressa, mulher do Cachoeira – o que será que ele tem que não tenho? Aquela boquinha de chupar ovo? – é dona de uma sex shop onde vende fetiches como vibradores e chicotes. Menos algemas… Ironia, né? Algemas, agora, o Cachoeira tem de sobra – ou não – dos vibradores Andressa vai precisar. Os chicotes a gente desce no lombo do Lula.
E o advogado dos diabos, Márcio Thomaz Turbando Mastros?
Por falar em abuso de menor e sexo, acho que estou devendo uma história de Havana pra vocês. Qual será? Sobre a enorme Plaza de la Revolución que não tem bares nem restaurantes pra não incentivar a desordem? Ainda tinha o cheiro do Papa lá. Ele esteve em Cuba pouco antes de eu chegar. Fiz fotos dos cartazes enaltecendo “El Peregrino de la Caridad”. Por que não colocaram liberdade no lugar de caridade? Foi a primeira vez que um Papa abre caminho pra mim. Um dia conto como trombei, por acaso, com João Paulo II, no Vaticano, durante a Páscoa de 1982…
Bom, mas qual era mesmo a história que tô devendo a vocês?
Ah! No último capítulo o australiano Steve, que conheci num bar, me contava e ensinava como comer uma cubana sem fazer força e esforço…
Pois bem. Mas devo adverti-los que o final é um pouco picante… E tem mais. Não sou australiano, aliás, nem conheço a Austrália, nunca vi um canguru, muito menos perneta.
Steve disse que foi a menina quem se aproximou dele, perguntando se ele gostava de “chicas para fazer fuck-fuck”, pode?
Segundo ele era uma gatinha irresistível. Da cor do pecado e com um short minúsculo mostrando a bundinha dura e coxas pra que te quero. Os peitinhos eram de pitomba, como gosta de cantar o tarado Chico Buarque. Detalhe. O short branco encardido da menina estava sujo de menstruação… Se Cuba tem nem papel-higiênico, imaginem absorventes… As mulheres devem ficar à base de toalhinhas anos 40, pré-Modess. Perguntei se não teve nojo e ele disse que a menina era pobre, mas super limpinha. E jurou que não era “dimenor”…
Steve só ficou preocupado quando depois de combinado o preço, US$ 40 pra ela e US$ 20 pelo quarto, apareceu um cafetão pra tomar conta da situação… Eu teria ido embora, mas estes australianos são loucos, como os romanos do Astérix!
O cara levou o casal até o abatedouro de cubanas. Pausa! Como é complicado levar prostitutas aos hotéis, criou-se o jeitinho cubano de fazer saliência. Particulares alugam quartos para o turismo sexual. Famílias vão para as ruas, deixando a casa como bordel, no melhor estilo “Os Sete Gatinhos” de Nelson Rodrigues. E de repente, o “fuck-fuck” que era US$ 40 virou 50 e o quarto passou de US$ 20 para 30…
Vocês vão achar que o australiano sou eu, mas não… É que sou ótimo repórter investigativo… Gosto de histórias detalhadas e Steve não poupou detalhes…
Agora vem a parte hilária… Depois do broxante papo sobre a grana entre a moça, o cafetão e o dono da casa, Steve foi conhecer o quarto: não tinha luz, nem janela, apenas uma cama de casal desarrumada. Nada tema, com cubano no hay problema… Pegaram o quarto ao lado, também sem janela, mas com eletrecidade, um sucesso! O problema é que Steve estava desprevenido, sem camisinha e a menina insistiu. E lá foi ela, pelada, deixando o australiano nu e gritando pro cafetão trazer “el preservativo”.
Eu ria às gargalhadas imaginando a cena. Só mesmo um tarado conseguiria levantar o moral depois, num clima desses. Pelo menos o quarto não tinha baratas, nem funcionários de Fidel cobrando a parte que cabe ao Estado. Na praia, com recibo, tive que pagar a mesa, a cadeira e o guarda-sol. Coisa mais capitalista.
Porque meu inglês anda mais enferrujado que escultura do Amílcar de Castro, Steve continuou a história de “terrir” meio em inglês, meio em espanhol. Entendi que a moça, como todas nesta profissão, estava apressada, já pensando no próximo Mané. A visão era do paraíso, para quem sonha com o que a cubana tem; mas ela estragava tudo, fingindo excitação, gemendo, molhando, fazendo cara de Xuxa em filme de Walter Hugo Khouri, sacanagens de Lula e elogiando: “Che! Que vara! Quel volumen!”.
PS: Semana que vem conto se o “volumen” caiu ou não subiu, If I want, of course.

Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

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