14 de outubro de 2024
Editorial

Os nossos heróis do dia a dia

Foto: Google Imagem: Google – Canaltech

Como qualquer brasileiro, estou de muito mau humor. Trancado em casa, por pelo menos 23h – explico: pela manhã, durante 1h, vou ao Maracanã, dar a minha corridinha diária, COM MÁSCARA, aproveitando que tem muito pouca gente e sem qualquer aglomeração mas, vulnerável por fazer parte do grupo de risco (70), triste, à espera de atitudes de alguém que possa me dar tranquilidade. De há muito estamos calados! Não dá nem para dizer que o país piorou ou melhorou. Sei que estava melhorando, e muito, mas veio a pandemia e os milhares de mortes e, necessidades prementes de ajudas aos governos estaduais, atropelaram o crescimento da economia.
No momento, só quero saber se vou continuar vivo!
Ouvir apenas um SIM já seria bom demais. Recordo Churchill, prepotente, como foi: alguns dizem-no mau-caráter (apesar de lindas frases), mas um homem que soube tranquilizar sua nação na guerra”. Enquanto as “bombinhas” alemãs acabavam com Londres, ele, ao vivo e em preto e branco, num som de rádio cheio de estática, garantia ao seu povo e ao mundo que controlaria o “vírus”. Não é que conseguiu? Este era um estadista!
Nosso Presidente, apesar de todas as suas limitações reconhecidas, montou uma equipe muito boa, eu diria, a melhor dentre os últimos 4 governos. Alguém pode contestar um ou outro nome, mas a verdade é que, depois que o barco zarpa (ou o avião decola), é que podemos sentir quem vai atuar bem ou quem não suportará a pressão. Quem agiu bem, fica, quem atuou mal, dá lugar a outro… substituições são previstas nos esportes não individuais, normalmente.
Nossos heróis na guerra contra a Covid-19 são os profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, técnicos, maqueiros, funcionários da limpeza, higienização e esterilização (normalmente esquecidos) e outros. São os que saem na frente, trabalhando com competência, seriedade, dedicação, dobrando o serviço se necessário e atendendo a todos com atenção e o carinho possível. Verdadeiros profissionais que enfrentam todo tipo de dificuldade. Eles se arriscam todo dia, expondo-se a tudo.
Todos sabemos que o vírus já estava aqui antes do carnaval. Por que não cancelaram a farra? Por que não usaram o dinheiro que gastaram com a festa para a compra “antecipada” de equipamentos (respiradores e EPI)? Não era previsto que nós precisaríamos? Sabíamos de nossas deficiências…
Agora, como sempre, tudo falta, e os governos  estaduais dizem que não há leitos nem respiradores necessários. Ora, em qualquer país do mundo, isto é verdade em tempos de pandemia… Ninguém está preparado para isso. O que os diferencia é a antecipação, a previsão, o planejamento do que virá à frente…
Países como o Japão e China, cuja cultura é mais antiga, têm a sua população com a cultura do uso da máscara. Por lá, normalmente, quando alguém tem algum sintoma de doença, automaticamente sai às ruas com máscara, evitando assim a contaminação de terceiros. Isso é comum, é da cultura dos países orientais, especialmente os citados. No caso do Coronavírus, estendeu-se, por lá,  esta “obrigatoriedade” a todos.
Por aqui, demoramos demais para “decretarmos” a obrigação do uso das máscaras, que, embora não nos protejam 100%, diminuem consideravelmente a transmissão do vírus naquelas pessoas que têm que sair para trabalhar, ou ir ao supermercado ou à farmácia.
Agora quero tratar da Saúde Pública. Há falta de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, maqueiros, fisioterapeutas com especialização em terapia respiratória, entre outras especialidades. Sem contarmos os profissionais que, contaminados, têm que abandonar o trabalho para o isolamento. Há deficiência: fato!
Tenho lido que o governo brasileiro estaria “dificultando” o exercício da medicina e afins por profissionais brasileiros formados no exterior. Isso é devido ao fracassado programa “Mais Médicos” de governos anteriores que trouxeram médicos despreparados e não-médicos -enfermeiros disfarçados de médicos -, recebendo um salário razoável e repartindo-o com o governo cubano… os médicos que não serviam pra lá, foram mandados pra cá… simples assim… tal como nossa colonização. Quem não servia pra Portugal, vinha para o Brasil… mas isto é outro assunto… só que me ocorreu agora… sigamos!
Sim, dentre eles, temos médicos brasileiros, formados no exterior, que não se permite exercer seu trabalho em território nacional, mas o motivo é porque, infelizmente, não se pode confiar nas universidades de onde eles vieram. Nada contra os profissionais em si, e sim em sua formação. Os Conselhos Regionais e Federal de Medicina exigem a validação de seus diplomas pelo “Revalida”. Não, não é uma simples burocracia… é necessidade! Assim separamos quem pode SALVAR e quem pode MATAR…
No entanto, falando apenas dos profissionais brasileiros, temos que ver o porquê de estes profissionais terem sua formação no exterior. Eles, têm que passar pelo “Revalida”. É imperativa esta validação… para brasileiros formados no exterior ou estrangeiros que que praticar a medicina no Brasil.
Há sempre as desconfianças (perfeitamente compreendidas) de que médicos e afins, formados em Universidades de alguns países fronteiriços com o Brasil (como Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela e Guianas) têm motivos diversos para que sua formação NESTES países sejam “desconfiáveis”. Elas se deram, ou porque eles não conseguiram entrar nas universidades brasileiras porque não passaram nos respectivos concursos regionais, ou já residiam em um destes países e lá já estudavam, daí continuaram sua formação por lá.
Vejam que não mencionei Argentina, Uruguai e Chile porque estes são países, cuja formação médica é de excelência, como a nossa… isso para falar apenas na América do Sul…
Há que concordarmos que a formação de médicos (e de qualquer profissional da área) nestes países, por sua história, é facilitada e, por isso, causa desconfiança, portanto, é absolutamente normal que se submetam à validação de seus diplomas, mas aí vale uma crítica ao CFM:
Precisamos, evidentemente, destes profissionais, então, agilizem os exames “REVALIDA”. Façam-no ONLINE, com apenas um mês de prática sob supervisão, tal como uma residência, daí eles já estarão ajudando quem precisa.
Reparem que eu disse “agilizem” e não “afrouxem”… tivemos há pouco tempo, de péssimas lembranças, “profissionais médicos cubanos” onde muitos eram enfermeiros, que vieram como “médicos” apenas para garantirem um salário melhor, daí “ganharam”, de seus dirigentes, a carteirinha de médico para exercerem esta profissão delicadíssima, em nossas terras, e recebendo melhores salários para repassar a seus governos…
Por fim, deixo uma mensagem por demais importante: precisamos proteger os profissionais da saúde e equipes essenciais, os heróis da nossa linha de frente desta guerra no dia a dia… estes são os nossos heróis!

Fica uma mensagem, meio que aterrorizante:
O nosso planeta passará por uma drástica transformação com essa epidemia infernal em que milhares de pessoas adoecem e morrem. Quando acabará esse terrível pesadelo?
E, pior, como será o mundo pós-pandemia?

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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