19 de março de 2024
Editorial

"Curitiba leaks"

SÃO PAULO, SP, 24.10.2017: FÓRUM-SP – O juiz federal Sérgio Moro e o procurador federal e coordenador da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol, no Fórum Mãos Limpas & Lava Jato, promovido pelo jornal Estado de São Paulo em São Paulo. (Foto: Jorge Araújo/Folhapress)

Desde a Faculdade de Direito e também durante meu Mestrado, defendi que provas (evidências) deveriam ser obtidas de forma legal, MAS se forem primordiais para o esclarecimento do caso, não importa a forma como foram obtidas, afinal, quem não deve, não teme. Quem precisa esconder seu sigilo bancário e fiscal ou a arma do crime?
Hipoteticamente, se a conversa entre o Juiz e o Procurador possibilitou desvendar algum mistério e fazer andar a luta contra a corrupção, acho válido. Temos que acabar com o problema de as tecnicidades jurídicas permitirem manter bandidos fora da cadeia, por falta de uma vírgula, uma palavra ou um mandado expedido tardiamente. Por que proteger os bandidos e não os policias… que fique bem claro, como fiz questão de deixar em minha tese: “plantar ou forjar provas deve promover a imediata prisão e expulsão dos policiais (ou terceiros X9 orientados), como agravante na futura condenação.
Por outro lado, em vez de cobrar se a conversa é legal ou não, o que os brasileiros querem é se livrar da rede nacional de corrupção que foi instalada e ainda impera no país. E todos deveriam dar sua colaboração. Devem informar quando souberem de alguma coisa, telefonar para a Polícia Federal, para a Lava-Jato ou para quem possa acabar com a corrupção, e não ficar procurando defeitos nos métodos para a prisão dos corruptos.
Com tudo isso, os brasileiros seguem, cada vez mais, apoiando o ministro Sergio Moro e a Força-tarefa liderada pelo Procurador Dallagnol que colocou atrás das grades os agentes políticos que infelicitaram nosso país – dos mais diversos partidos -, sobretudo o malfadado governo petista, mentor dos maiores esquemas de corrupção da História recente do Brasil.
É incrível a cegueira ou, pior, a ignorância (consciente ou não) das pessoas sobre o vazamento das conversas entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol, como se a Operação Lava-Jato se resumisse a este procurador e ao ex-juiz de Curitiba. A Lava-Jato já passou pelo julgamento das mais diversas instâncias do Tribunal Regional Federal, do Superior Tribunal de Justiça e, em diversas solicitações judiciais, pelo Supremo Tribunal Federal, e não há apenas um partido, o PT, como várias vezes foi dito, abrange diversos partidos, por ela condenados.
Quem precisa estar do lado criminoso, culpando e desejando o pior para o juiz e o procurador, e quem apoia o irrestrito combate aos crimes que, não é de hoje, vêm destruindo a moral nacional ou colaborando para isso…

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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