Ao ler esta notícia no jornal, pela manhã, minha primeira reação foi: “Ué, mas eles estavam trabalhando”?.
Como uma empresa pode se deixar aniquilar por todos as diretorias que por ali passaram. Lembro-me do tempo em que os Correios eram uma empresa-símbolo de que uma estatal poderia ser eficiente e eficaz. A empresa deveria ser estudada a fundo por aqueles que gostam da estatização dos serviços, do monopólio, da estabilidade e dos altos salários pagos à sua cúpula diretiva. Sim, só me refiro a estes, porque os carteiros e os demais funcionários ganham salários normais.
A corrupção, o cabide de emprego e a desprezada e clara necessidade de privatização destruíram mais uma empresa. Ah, sim, esqueci-me do monopólio, maldito em qualquer atividade… a concorrência e o livre mercado estão aí para provar a qualquer defensor de monopólio, seja ele estatal ou privado. É nocivo!
E é claro, que como em todas as outras estatais, seu Fundo de Pensão, no caso o Postalis – o maior fundo de pensão do país, em número de participantes – foi incluso como item de corrupção e desvios, mas aqui quero falar apenas na ECT.
O serviço oferecido é o de pior qualidade que se pode querer em sua atividade. O sistema de franquias permitiu, durante um tempo, uma “respirada” na imagem dos Correios, pois algumas conseguiram melhorar o serviço, mas sua atividade-fim que é o recebimento, distribuição e envio de correspondências continua como péssima referência.
Desrespeito a contratos. Sim, quando você envia uma encomenda para um destinatário, você “assina”, tacitamente, um contrato com a empresa para que ela receba e entregue o objeto despachado no endereço solicitado, seja por que modo for: pessoalmente através do carteiro, ou PAC ou SEDEX ou qualquer outra sigla que eles encontrem.
Infelizmente isso não acontece, ou quase nunca acontece. Os Correios criaram um termo para justificar a não entrega da correspondência: “área de risco”. Quem faz esta classificação? Daí o contrato simplesmente não é cumprido, porque o carteiro vai ao destinatário e deixa um aviso de que a encomenda se encontra no setor de distribuição tal, devendo você se dirigir até os Correios em até 5 dias ou eles devolverão o produto ao destinatário, antigamente chamado de posta-restante.
Mas você pagou o frete. Quem fixou o valor do frete? Os Correios. Mas eles não sabiam que a entrega deveria ser em “área de risco”. Sim, sabiam, pois eles só calculam o valor do frete após você informar seu CEP. Eles calculam, incluem no preço e não entregam… e muito menos devolvem seu dinheiro.
Foto: Google – ACidadeOn
No Rio de Janeiro, praticamente toda a cidade é área de risco. Bem, admitamos que uma determinada região seja realmente de risco para os carteiros, dá pra entender, mas daí, para minimizar o problema, eles abriram os tais centros de distribuição para que o destinatário vá até lá e retire sua encomenda. Mas não funciona, ou seja, fila imensa e quando você chega lá dentro, há apenas um funcionário que confere o código de rastreamento, sai do guichê, vai ao depósito, pega o produto, volta, imprime um recibo para você assinar e ir embora… isso demora, em média, 10 minutos no guichê, enquanto isso a fila vai aumentando.
Daí agora vem a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares) e decreta uma greve em plena pandemia alegando que o acordo sindical não vem sendo cumprido pelos Correios. Segundo o sindicato, a empresa revogou o atual acordo coletivo, que teria vigência até o ano que vem. A mudança representa a perda de benefícios e compensações salariais, como auxílio para creche e para filhos com necessidades especiais e também reclamam contra a perda de direitos trabalhistas e o plano de privatização da empresa estatal.
Todos sabemos que as únicas categorias que fazem greve são aquelas que têm estabilidade. Trabalhei durante 34 anos num Banco Estadual. Nunca participei de greve porque sempre achei que o prejudicado era o público que nada tinha a ver com a paralisação. Apenas os bancos estaduais e federais (CEF e BB) faziam (e fazem) as greves para os bancários, porque os funcionários de bancos privados sabem que cabeças rolarão se eles não atenderem sua clientela… daí põem um papelzinho na porta de vidro dizendo que “estão em greve”, mas lá dentro está todo mundo trabalhando normalmente, por quê? Porque eles não têm a maldita estabilidade e porque há concorrência.
Houvesse concorrência no serviço dos Correios, duvido que a qualidade dos serviços seria esta que se nos oferecesse. Mas não podemos optar, só temos este serviço.
Faturas, boletos e encomendas continuarão a chegar atrasados (se você der sorte de não estar em área de risco). É o fim. Se nossas contas chegarem atrasadas, quem pagará os juros?
Eu já coloquei todas as minhas contas em débito automático. Dá pra confiar nos bancos…
Privatização já! Fim do monopólio!
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