6 de maio de 2024
Editorial

A polícia no Rio não pôde fazer seu trabalho. Por quê?

A resposta é simples e direta. O STF não deixa.

Google – Telesíntese

A propósito de “proteger a população das comunidades”, proibiu as polícias civil e militar de fazer operações nas favelas (sim, desculpem, o termo politicamente correto é comunidade, falha minha). Este absurdo, foi proposto via ação de autoria do PSB – ATENÇÃO! Este partido não quer que a Polícia faça seu trabalho. Eles preferem proteger traficantes, milicianos e DESPREZANDO os moradores que são vítimas das atrocidades destes algozes e a nossa Corte Suprema concorda com isso.
O relator designado foi o ministro Fachin, que concedeu a liminar, Deus sabe o porquê, em junho, em pleno recesso, enquanto durar a pandemia. Esperava-se que, no plenário, este voto absurdo fosse revertido. Mas qual… O placar foi de 9 a 2, com a maioria dos ministros acompanhando voto do relator, ministro Luiz Edson Fachin.
Se o ministro não acompanha ou ignora o noticiário do Rio, deveria ser alertado por um dos seus muitos assessores. Não estamos na Síria, mas vivemos um estado de guerra. Inacreditável. inconcebível, inaceitável.
Na liminar de junho, o ministro (sim, em minúsculo enquanto suas decisões não atenderem aos anseios do povo) determinou que, enquanto a pandemia perdurar, as operações policiais nas comunidades do Rio só podem ser feitas em situações excepcionais, que deverão ser justificadas por escrito e comunicadas antecipadamente ao Ministério Público do Rio de Janeiro.
Posteriormente, o STF ampliou mais ainda sua decisão, proibindo a polícia do Rio de Janeiro de usar helicópteros para auxiliar nas operações nas comunidades… Ora, os helicópteros são primordiais em qualquer operação, pois eles indicam para onde os policiais, em terra, devem ir e, em caso de encurralamento, protegê-los e atirar em quem estiver atacando os policiais… isso é proteção para quem deveria estar nos protegendo.
Bem, hoje (ou ontem) na madruga, vários militantes pertencentes ao CV (Comando Vermelho) tentaram tomar a favela da Mineira, comandada pelo TCP (Terceiro Comando Puro). Todas as favelas do entorno pertencem, ou são dominadas, pelo TCP.

Google – Crimesnewsrj

A inteligência da Polícia Civil antecipou a invasão, mapeou e se programou para barrar a entradas destes “vilões” na comunidade da Mineira… sabiam quando e como ela seria invadida, mas atendendo à decisão do STF, nada podia fazer, a não ser pedir autorização ao MP e obter o consentimento de subir o morro para prender os meliantes que planejaram a invasão.

Google – Meia Hora

Nada feito, a invasão começou às 13h na Lagoa… sim um bairro nobre do Rio de Janeiro, com um dos IPTU’s mais caros do estado, um carro passou por seguranças do LAGOA PRESENTE, que viram que naquele carro havia 4 pessoas com 4 fuzis. Daí começou a perseguição e o tiroteio… imaginem… 1h da tarde, um monte de gente correndo ou passeando na Lagoa e começa, do nada, um tiroteio… um bandido foi morto, e 4 fuzis, 3 granadas e vários carregadores, além de milhares de munição para os fuzis foram apreendidos, mas isso, para nós um fato isolado, não impediu o ataque já planejado ao Morro da Mineira. Eles estavam em deslocamento da Rocinha para o ponto de encontro para iniciar a invasão.
A invasão ocorreu às 20h de ontem. Começou o tiroteio… balas traçantes, muito barulho e coitados dos moradores da favela ou do entorno… seguiu direto até às 2h da madrugada… deu uma parada… todo mundo ligando pro 190 (polícia), mas ela não podia atender, porque estava sob a decisão proibitiva do ministro Fachin. O que fazer?
Infelizmente para os invasores, os “donos” do lugar conseguiram se defender e impedir a tomada do Morro… isso fez com que a Polícia – que não podia subir o morro – ficasse nas saídas/entradas do morro. Após autorização do MP, o BOPE começou a subir o morro, encurralando os invasores, que de um lado tinham os “donos” a defender sua posição e, na saída ou na fuga, tinham a polícia esperando… ficaram encurralados.
Quem conseguiu descer o morro, invadiu casas e, principalmente, condomínios. Atingiram um porteiro que somente estava cumprindo seu dever e invadiram um prédio. Fizeram reféns. Primeiro uma família com mulher, marido e filho. Na negociação o criminoso se entregou… tudo bem, estávamos mais tranquilos: ufa, problema resolvido…  nada disso…
À tarde, uma nova invasão fez novos reféns… os próprios bandidos gravaram um vídeo dizendo que estavam se entregando, sem resistência, e desarmados… foram presos, mas daqui a um mês, deverão estar em liberdade outra vez.
Esta é a nossa realidade no Rio de Janeiro… a topografia não ajuda, pois protege os bunkers criados e aumentados agora que a polícia não pode combater…
De que servem os caveirões e os helicópteros blindados adquiridos para a polícia se não podem ser usados para suas finalidades?
Triste realidade do Rio de Janeiro… pobre Cidade Maravilhosa…

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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