5 de maio de 2024
Vinhos

Vinho na “mixologia”

A pergunta era meio retórica, mesmo assim, deixou muita gente pensando: “Existiriam coquetéis elaborados com vinho”?

A resposta é sim, existem, mas talvez não sejam tão óbvios.

A arte da coquetelaria ou como preferem atualmente, “mixologia”, anda em alta. Drinques lendários estão sendo reformulados, agradando a toda uma nova geração de apreciadores.

Destilados como o Gin, Tequila, Rum, entre outros, voltaram a ter destaque nos bares da moda, sempre bem acompanhados de licores, essências, frutas e outros complementos, alguns totalmente inusitados.

Voltemos ao nosso vinho.

Uma forma bastante conhecida de aproveitar um vinho numa preparação saborosa e refrescante são as sangrias ou clericots. Há várias receitas disponíveis: um vinho razoável, uma fruta, água gaseificada, uma dose de um destilado (opcional) e algo para adoçar. Tudo misturado numa jarra com gelo. Outra formulação, muito conhecida, é o nosso tradicional vinho quente, típico das festas juninas.

Os vinhos espumantes talvez sejam os que mais se prestam à preparação de elaboradas misturas. Kir, Belini, Mimosa e Aperol são figurinhas fáceis em qualquer carta de bar. Outro “inesquecível” é o Coquetel de Champanhe, inacreditável preparo com fruta em calda, creme de leite, leite condensado e um espumante, não necessariamente um Champagne, que, acho, ficaria muito ofendido em participar de tal combinação.

O vinho pode aparecer num aperitivo na forma de um Vermute, que nada mais é do que sua infusão com ervas e especiarias. O Negroni, que mistura Gin, Vermute e Campari é um ótimo exemplo. Há uma versão repaginada deste clássico onde o Gin é substituído por um Prosecco e o Vermute doce substitui o seco. Peçam um Negroni Sbagliato.

Existem combinações ou melhor, adaptações, de alguns drinques populares, que passam a ser elaborados com vinhos regionais. Um bom exemplo é o popular Portonic, a versão portuguesa do Gin Tonic, preparada com um Porto branco seco. Fica delicioso e é fácil de beber.

A nossa Caipirinha também teve releitura lusitana, e passa a se chamar Caipiporto: o Porto Branco substitui a nossa pinga.

Aliás, Portugal adora esta mistura de limão, açúcar gelo e uma bebida alcoólica. Uma bem exótica e comum em festas de casamento por lá, é o “Caipirão”: limão, licor Beirão e gelo. Não precisa adoçar…

Este tradicional licor português não tem nada em comum com o nosso vinho, a não ser o fato de ser produzido numa Quinta, na serra da Lousã, bem no centro de Portugal.

Em 2015, publicamos um texto sobre este mesmo tema, “Coquetéis com Vinho” um pouco mais detalhado e com outra sugestões onde o vinho vira um protagonista de modernos coquetéis.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Imagem de freepic.diller</a> no Freepik

Tuty

Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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