29 de março de 2024
Colunistas Priscila Chapaval

Tudo começou com pizza

Meu pai adorava ir na Pizzaria 1900. Era só andar um quarteirão e voilà, chegávamos. Tudo era motivo para comer pizza.

Ficamos amigos dos donos –Giovani e Katia, sua esposa e minha amiga, Eric e Edrey, filhos que seguiram os passos da família.

Giovanni foi um homem seletivo, era italiano com uma personalidade forte e boníssimo ao mesmo tempo, era uma pessoa intensa em tudo que fazia. Exigia dos funcionários da 1900 uma perfeita noção de como se portar profissionalmente em cada setor que ocupavam

Como Maestro era adorado pelos músicos, onde exigia perfeição em cada nota que tocavam.

Como pai de dois filhos ensinou a eles como deixar a marca cada vez melhor. E isso ocorreu na pandemia, modernizando desde o logotipo e cor da marca até novidades nos novos sabores desde os petiscos até as sobremesas.

Abriram novas casas e Eric e Edrey Momo (Padaria da Esquina e Tasca da Esquina) e seguiram os conselhos do pai, e ultimamente era o pai que seguia e aprovava as novidades e modernidade que os filhos implantavam.

Para mim ele se tornou um amigo, um pai que eu não tinha mais, e com ele pedia conselhos desde a aprovação dele com meus namorados, até entrar no mundo da música pela coxia.

Sempre que vinha uma Orquestra internacional, até os mais afamados pianistas como Arnaldo Cohen e João Carlos Martins, convidava o Momo para ir comigo.

Através do meu amigo Maestro, entravamos pela porta dos músicos, até o palco. Eu adorava conhecer o lado que o público não vê.

Me lembro que um dia, no Teatro Municipal, ele me levou até uma salinha onde tinha o equipamento dos toques avisando ao público que podiam entrar na plateia e sentar em suas poltronas. E até como a luz se apagava lentamente. E foi mágico quando o responsável e amigo do Momo me deu esse enorme prazer: tocar os sinais e apagar as luzes do teatro para então os músicos se posicionarem no palco até o Maestro chegar.

Essa é uma das histórias que Momo me proporcionou e me contava que havia o espírito de um antigo zelador do Municipal, rondando pelo teatro, e eu morria de medo.

Aprendi a gostar mais ainda de Orquestras e música clássica. Sentindo a emoção dos músicos afinando seus instrumentos musicais na coxia, até estar do lado de grandes maestros como Zubin Meta, Arnaldo Cohen, Ricardo Muti entre tantos.

No domingo falei com Katia, sua musa, esposa maravilhosa e minha amiga de verdade, para me levar no hospital com ela. Achei ele bem, vendo o jogo de futebol deitado na cama e conversamos bastante. Ele até falou um palavrão em italiano e tive a certeza que ele ia ter alta médica. Era assim o Giovani.

Mas só que não. Morreu tranquilo dois dias depois.

Hoje no seu velório, observei como ele era e será sempre queridos desde os garçons da 1900 até os músicos amigos que faziam parte do L’Estro Armonico, orquestra do Maestro. Uma vida cheia de emoções e dever cumprido.

Amigo, vou sentir sua falta.

Obrigada por ter sido tão querido e sempre me apoiando com palavras sinceras, me incentivando nas horas mais difíceis.

Obrigada por tudo meu Amigo!

Priscila Chapaval

Jornalista... amo publicar colunas sobre meu dia a dia...

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