No entanto, me chama a atenção, a comoção que está gerando a morte de Paulo Gustavo, algo, até certo ponto, já esperado, portanto, longe de ter sido uma surpresa.
Em contrapartida, a brutal chacina perpetrada a facadas por um jovem catarinense contra crianças de 2 a 3 anos e suas cuidadoras, numa creche, um bárbaro e hediondo crime, fica nas páginas internas de corações e mentes, sobrepujado pela morte de um nome global, uma luz vermelha se acende.
Não que a passagem do comediante não seja digna de lamentos e prantos. Mas, quando uma sociedade se consterna com um caso como o dele, muitos decibéis acima dessa monstruosidade contra bebês numa creche, algo está muito errado conosco.
Estamos perdendo a noção dos valores profundos que mantêm uma sociedade de pé, rica e sana.
Estamos na era do glitter e das lantejoulas.
Que descansem em paz todos eles, mas não percamos o senso e o peso de cada ato da vida.
Paisagista bailarino e amante da natureza. Carioca da gema, botafoguense antes do Big Bang.