Noticiaram que os dentes novos do deputado-pastor Marcos Feliciano custaram ao contribuinte brasileiro a módica quantia de R$ 157.000,00. Isso mesmo, o sorriso colgate do deputado nos deu um prejuízo de cento e cinquenta e sete mil Reais. Mas a história esconde detalhes que não foram revelados ao público. Sabe como é, dentadura e hemorróida ninguém confessa que tem. Atenção, não estou afirmando que o Feliciano sofre de hemorróidas. Se for necessário, já que sou a editora-chefe do site A Interceptadora, também mandarei apurar. Vamos acompanhar como o pastor usa o sorriso novo. Se começar a ficar amarelo, meio sem-graça, entrevistaremos o protologista de Sua (de vocês; minha, não) Excelência.
Venho haqueando os celulares do deputado e de seu dentista desde o dia em que, falando aos fiéis sobre o monstruoso pecado da luxúria transpanssexual, Feliciano, de tão empolgado, cuspiu nos fiéis uma dentadura das Organizações Tabajara. Objeto ordinário, do tipo que dorme no copo d’ água, dentinhos rastaqueras de resina. Coisa barata, de quem ainda desconhecia a arte de um dentista top de linha.
Voltando à dentadura voadora. O silêncio na platéia foi constrangedor, todo mundo fingiu que não viu. Inclusive a fiel que levou com a dentadura no pescoço. Mesmo que o pastor não estivesse do outro lado dos dentes, ela sentiu-se abençoada. Convenhamos, uma dentadinha, mesmo que virtual, de um homem divino não é para qualquer uma. Garanto ser calúnia que a acidentada dental tenha tomado vacina antirrábica. Bastou uma dose de antitetânica. As pessoas falam demais, são muito más. Ainda bem que também haqueei o celular da vítima.
Através das gravações das conversas entre o profissional dos dentes e o deputado – gravações que não editei e não descartarei – descobri que o dentista sugeriu um implante definitivo de primeiríssima: os dentes seriam de ultrametacarboneto de nióbio, material que o dentista contrabandearia da Ucrânia, onde estão sendo realizados os primeiros testes com o nióbio contrabandeado da nossa Amazônia. O mundo é mesmo complicado, espero que os leitores tenham entendido essa confusão de contrabando pra lá e contrabando pra cá.
Segundo o dentista, o ultrametacarboneto de nióbio garantiria ao deputado uma dentada com a força de um jovem tubarão branco. Ou seja, o equivalente a uma tonelada. Feliciano adorou e ainda comentou que ninguém mais folgaria com ele nas sessões do Congresso. O profissional da saúde avisou que o trabalho não ficaria barato, mas o deputado respondeu “sem problema, o contribuinte pagará”.
Não foi difícil ao doutor trazer, do leste europeu, a vanguarda da vanguarda do tratamento dentário. Nada que uma mala diplomática não resolvesse. Durante um ano, intercalando o uso da dentadura Tabajara com os implantes, Feliciano foi recebendo os dentes do tubarão. Digo, com a potência da mordida de um tubarão.
Muito mais eu sei – haquear as conversas alheias rende assunto sem fim – mas o espaço ficou pequeno. Continuarei gravando as conversas do deputado e, breve, trarei notícias.
Mas confirmo que, na igreja de Feliciano, a história da potência dentária do pastor não é mais segredo. A moça quase-mordida já se converteu ao hinduísmo e abandonou o templo.
Como ela mesma disse em conversa telefônica com a mãe, devidamente haqueada por mim, “precaução e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Vai que um superdente de ultrametacarbonato de nióbio se solta e me degola?”.
Muita falta de fé, que tristeza…
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Toda a verdade sobre os dentes do Feliciano
- Por O Boletim
- 9 de agosto de 2019
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