14 de outubro de 2024
Sergio Vaz

Crônicas da eleição do horror (11)

Estamos afundando no pântano de uma irracionalidade patética. Por Sérgio Vaz
Dia 12 – Sexta-feira, 19 de outubro
Patéticos bolsonaristas, patéticos lulo-petistas
É tão pateticamente estapafúrdio o PT dizer que a candidatura de Jair Bolsonaro deve ser impugnada por causa dessa história de guerra de WhatsApp quanto os bolsonaristas tentarem desmerecer completamente a reportagem da Folha de S. Paulo que a revelou pelo fato de a autora do teto ter declarado que é de esquerda e que sempre votou no PT.
E daí, meu Deus do céu e também da terra, que a repórter Patrícia Campos Mello – aliás, uma ótima repórter – seja de esquerda e tenha sempre votado no PT? O que tem isso a ver com o que ela apurou e escreveu para o jornal Folha de S. Paulo, e que a Folha entendeu que era importante o suficiente para ser a manchete da quinta-feira, 18/10?
Estamos nos deixando afundar num pântano tão tenebroso, nesta eleição entre o Horror 1 e o Horror 2, que o posicionamento das pessoas, o fato de as pessoas se declararem de esquerda ou de direita, passou a ser usado como ofensa! Meu Deus do céu e também da terra! Ser de direita ou ser de esquerda, ou se definir de um jeito ou de outro, não é maldição, pecado, crime!
É a base da democracia! A base, o alicerce do regime democrático!
Fiquei estarrecido, e envergonhado, outro dia ao ver que o único argumento que o programa de João Doria esgrimia contra Márcio França era o fato de ele ser “esquerdista”, de um “partido de esquerda”.
Como se fosse um crime!
É de uma pobreza atroz, de uma absoluta falta de inteligência querer desqualificar a reportagem de Patrícia Campos Mello que foi manchete da Folha com a argumento de que a repórter é petista.

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Agora, querer transformar essa história levantada por Patrícia Campos Mello em motivo para impugnar a chapa de Bolsonaro, como fez o PT… Ah, faça-me o favor!
Até porque, como mostrou reportagem de André Lopes, no site da Veja, nesta sexta, 19/10, “Dono de empresa suspeita de impulsionar Bolsonaro fez o mesmo por Dilma”.
Ou, como disse Merval Pereira em seu artigo no Globo também da sexta, há muito pouco, “na reportagem de denúncia da Folha de S. Paulo para basear o pedido, feito ontem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de anulação da eleição e convocação do terceiro colocado, no caso Ciro Gomes, para a disputa do segundo turno. O PDT também resolveu entrar na disputa, já que seria beneficiado.
E prossegue o texto de Merval:
“É interessante ver que o PT que quer anular a eleição devido a abuso de poder econômico é o mesmo que foi acusado de crime semelhante na eleição de Dilma em 2014. Apesar do “excesso de provas”, como definiu relator Herman Benjamim, a chapa Dilma/Temer foi absolvida no TSE, e é difícil imaginar que agora, a poucos dias da eleição, o tribunal vá tomar alguma decisão que altere a disputa presidencial.
“O que vai acontecer é que o PT fará a mesma coisa que o PSDB fez, isto é, continuar com o processo no TSE pedindo a anulação da eleição depois das eleições. Quando o PSDB fez isso, foi acusado de não ter aceitado o resultado, uma atitude antidemocrática. Agora, que está se aproximando a hora das urnas, e as pesquisas mostram uma grande vantagem de Bolsonaro, os petistas tentam criar uma onda de indignação sobre um assunto que precisa de uma ampla investigação antes de qualquer atitude do TSE.
“Inclusive porque o PT também é acusado de usar fake news contra o adversário, nesta eleição e em outras anteriores. Ainda no primeiro turno, quando disputava com a candidata Marina Silva a ida para o segundo turno contra Dilma, o candidato tucano Aécio Neve anunciou que o partido acionaria o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o PT por abuso de poder político, em razão das denúncias divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo de suposto favorecimento dos Correios à campanha de Dilma Rousseff em Minas e ao candidato petista a governador do Estado, Fernando Pimentel.”
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O Estado de S. Paulo fez uma maravilha de editorial sobre o tema que define, na única palavra do título, o que está acontecendo com o lulo-petismo para que ele se agarre tão feroz e loucamente a uma denúncia contra o adversário como se aquela fosse a sua tábua de salvação:
“Desespero”.
“O PT decidiu partir para seu ‘plano B’: fazer campanha para deslegitimar a eventual vitória do oponente, qualificando-a como fraudulenta. É uma especialidade lulo-petista. A ofensiva da tigrada está assentada na acusação segundo a qual a candidatura de Bolsonaro está sendo impulsionada nas redes sociais por organizações que atuam no ‘subterrâneo da internet’”.
E mais adiante:
“Como tudo o que vem do PT, nada disso é casual. A narrativa da ‘fraude eleitoral’ se junta ao esforço petista para que o partido se apresente ao eleitorado – e, mais do que isso, à História – como o único que defendeu a democracia e resistiu à escalada autoritária supostamente representada pela possível eleição de Bolsonaro.
“Esse ‘plano B’ foi lançado a partir do momento em que ficou claro que a patranha lulo-petista da tal ‘frente democrática’ contra Bolsonaro não enganou ninguém. Afinal, como é que uma frente política pode ser democrática tendo à testa o PT, partido que pretendia eternizar-se no poder por meio da corrupção e da demagogia? Como é que os petistas imaginavam ser possível atrair apoio de outros partidos uma vez que o PT jamais aceitou alianças nas quais Lula da Silva não ditasse os termos, submetendo os parceiros às pretensões hegemônicas do demiurgo que hoje cumpre pena em Curitiba por corrupção?
“Assim, a própria ideia de formação de uma ‘frente democrática’ é, em si, uma farsa lulo-petista, destinada a dar ao partido a imagem de vanguarda da luta pela liberdade contra a ‘ditadura’ – nada mais, nada menos – de Jair Bolsonaro. Tudo isso para tentar fazer os eleitores esquecerem que o PT foi o principal responsável pela brutal crise política, econômica e moral que o País ora atravessa – e da qual, nunca é demais dizer, a candidatura Bolsonaro é um dos frutos. Como os eleitores não esqueceram, conforme atestam as pesquisas de intenção de voto que expressam o profundo antipetismo por trás do apoio a Bolsonaro, o PT deflagrou as denúncias de fraude contra o adversário.
“O preposto de Lula da Silva na campanha, o candidato Fernando Haddad, chegou até mesmo a mencionar a hipótese de ‘impugnação’ da chapa de Bolsonaro por, segundo ele, promover ‘essa campanha de difamação tentando fraudar a eleição’.
“Mais uma vez, o PT pretende manter o País refém de suas manobras ao lançar dúvidas sobre o processo eleitoral, assim como já havia feito quando testou os limites legais e a paciência do eleitorado ao sustentar a candidatura de Lula da Silva. É bom lembrar que, até bem pouco tempo atrás, o partido denunciava, inclusive no exterior, que ‘eleição sem Lula é fraude’.
“Tudo isso reafirma, como se ainda fosse necessário, a natureza profundamente autoritária de um partido que não admite oposição, pois se julga dono da verdade e exclusivo intérprete das demandas populares. O clima eleitoral já não é dos melhores, e o PT ainda quer aprofundar essa atmosfera de rancor e medo ao lançar dúvidas sobre a lisura do pleito e da possível vitória de seu oponente.”
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Ou ainda, como resume José Nêumanne, com sua verve de poeta paraibano, em seu blog no Estadão:
“A tentativa de criar um Watergate tupiniquim artificial de PT e PDT para evitarem a derrota já sofrida ou admitida por ambos para Jair Bolsonaro, candidato adversário de Lula/Haddad e Ciro Gomes, e ressuscitada após o ‘sincericídio’ de Cid Gomes no Ceará a partir da manchete em duas linhas e letras garrafais da Folha de quinta-feira 18, é mais um golpe asqueroso da esquerda na História do Brasil. Os pedidos de impugnação da chapa que obteve quase 50 milhões de votos no primeiro turno, feitos pelos dois partidos à Justiça Eleitoral, dificilmente serão acatados, mas sempre ficará para a História como o segundo capítulo da narrativa fantasiosa da ‘eleição sem Lula é fraude’. Um baita despautério!
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Ou ainda, como anda circulando nas redes, uma definição ainda mais sintética:
“O que está derrotando o PT não são as notícias falsas. São as verdadeiras.”
(Esta aí é uma versão ligeiramente corrigida da que está no Twitter e no Facebook. A original dizia: “O que está tirando o PT do governo não são as notícias falsas. São as verdadeiras.” A idéia é ótima – o autor só se esqueceu de que o PT já foi tirado do governo, há dois anos e pouco…)
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O governo que vem aí é um horror. Foi o povo que quis
A essa altura dos acontecimentos, nem mesmo a velhinha de Taubaté acredita que uns 19 milhões de eleitores possam mudar de opinião ao longo da próxima semana e eleger Fernando Haddad presidente.
O que virá aí é um governo do qual se sabe muito pouco – até porque Jair Bolsonaro se aproveita da facada que levou e da absoluta dianteira nas pesquisas para dar uma gigantesca banana aos brasileiros que gostariam de vê-lo debatendo com o opositor e respondendo a perguntas de jornalistas na TV.
Se qualquer um dos 49 milhões de pessoas que votaram em Bolsonaro no primeiro turno disser que sabe como será a economia no governo dele, ah, perdão, estará mentindo.
Ninguém sabe. Nem mesmo ele, o candidato. Nem mesmo o Posto Ipiranga dele.
Como disse Míriam Leitão em seu artigo em O Globo desta quinta-feira, 18/10:
“O que se sabe sobre a economia num eventual governo Jair Bolsonaro é excessivamente vago e estamos a 10 dias das eleições. O programa está sendo preparado por grupos temáticos sob o comando do economista Paulo Guedes, mas pouca coisa sai, até porque a estratégia é falar o mínimo possível para não atrapalhar a campanha. O Brasil fica assim na estranha situação de estar prestes a escolher um presidente (…) e sua equipe prepara um programa que será surpresa pós-urnas. Isso se houver concordância entre o candidato e os economistas, coisa que até agora não parece haver.”
(A íntegra desse artigo – imprescindível – vai mais abaixo.)
Mas, é claro, muito do que provavelmente vai acontecer no hoje quase inevitável governo Jair Bolsonaro já dá para imaginar. Será, seguramente, um governo tosco, rude, despreparado, racista, homofóbico, à imagem e semelhança de seu chefe máximo.
Mas não será uma aberração.
Como muito bem disse Fernando Gabeira ao final de seu artigo desta sexta-feira, 19/10, no Estadão, “o que consideram uma aberração é resultado do voto popular. É preciso um pouco de cuidado com a realidade.”
E Gabeira finaliza assim:
“Ainda bem que haverá muito trabalho para todos. E pouco tempo para patrulhar uns aos outros.”
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O governo Bolsonaro poderá, sim, vir a ser uma aberração – se as instituições do país não conseguirem frear seus impulsos mais cegos, mais loucos.
Eu sou dos que crêem que as instituições conseguirão segurar os radicalismos mais cegos e loucos do governo bolsonarista. Mas, de qualquer forma, não dá para ninguém estranhar: foi o que a maioria do povo escolheu.
A maioria do povo não escolheu Dilma? Duas vezes?
Artigo de Nelson Motta no Globo desta sexta, intitulado “Cegos e loucos”, tem a coragem de dizer essa trágica verdade dos fatos: nem sempre a maioria tem razão.
E muito pior ainda: quase sempre a maioria erra.
Aí vai a beleza do texto de Nelson Motta, na íntegra. Depois dele vem o de Miriam Leitão sobre o pouco que dá para saber sobre a economia do país a partir de 1º de janeiro.
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Cegos e loucos
Nelson Motta, O Globo, 19/10/2018
A história mostra que nem sempre a maioria tem razão. Ou, pior, quase sempre não tem. Porque há sempre pouca razão, e muita emoção e sentimentos, nas escolhas das multidões apaixonadas, que se tornam cegas e surdas para tudo que lhes contrarie a crença.
O povo argentino na Plaza de Mayo aplaudindo em delírio a ditadura do bêbado e odiado general Galtieri quando declarou guerra à Inglaterra. A ascensão de Hitler e do nazismo. O tempo do terror na Revolução Francesa.
Collor, o caçador de marajás, incendiando as massas. Jânio Quadros, bebum e mulherengo, defensor da moral e dos bons costumes, chamando JK de corrupto, proibindo o biquíni, e empolgando o país.
Quase sempre discordo da maioria, e agora ainda mais, diante das opções tenebrosas. Seja quem for, no dia seguinte à posse, estarei na oposição.
É um pesadelo imaginar Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias e Vanessa Grazziotin de volta ao poder. A administração e as estatais aparelhadas por sindicalistas. Fundos de pensão saqueados por correligionários. Economistas populistas. E o constrangimento do presidente da República receber ordens da cadeia, como as facções criminosas. Pobre e heroico Haddad. Mas é o que temos, pelo egoísmo e vaidade de Lula, que torpedeou a aliança com o experiente, honesto e preparado Ciro Gomes, o único que seria agregador e competitivo, até pelo estilo agressivo, contra Bolsonaro.
O maior eleitor de Haddad é Lula, e de Bolsonaro é Lula também: o antipetismo massivo desmente qualquer conspiração das elites, da mídia golpista, de Sergio Moro e do TRF-4, para perseguir Lula. A verdade é que o Brasilzão real é conservador, com alguns bolsões liberais, e está muito bravo. Só precisava de alguém que o representasse.
É como o “estado de paixão” amoroso, a pessoa não sabe, mas já está apaixonada, só falta o objeto da paixão, o manequim que vestirá as suas fantasias, e que o tempo e a realidade vão desnudar.
Tristes tempos em que cegos são guiados por loucos rumo ao abismo, diria o Rei Lear.
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Do pouco que até agora se sabe
Míriam Leitão, O Globo, 18/10/2018.
O pouco que se sabe do candidato que está na frente das pesquisas já está causando preocupação em alguns empresários. Jair Bolsonaro tem mostrado reservas em relação à China, sem explicar o que isso significa. O país é o investidor estrangeiro mais ativo na economia brasileira com projetos em energia e agora na conclusão do Comperj. O presidente da Vale alertou para a importância do país asiático como parceiro para a empresa e o Brasil. A Unica está preocupada com o abandono do Acordo de Paris. A reforma da Previdência é uma incógnita.
O que se sabe sobre a economia num eventual governo Jair Bolsonaro é excessivamente vago e estamos a 10 dias das eleições. O programa está sendo preparado por grupos temáticos sob o comando do economista Paulo Guedes, mas pouca coisa sai, até porque a estratégia é falar o mínimo possível para não atrapalhar a campanha. O Brasil fica assim na estranha situação de estar prestes a escolher um presidente — ontem ele disse na Polícia Federal que está com a mão na faixa — e sua equipe prepara um programa que será surpresa pós-urnas. Isso se houver concordância entre o candidato e os economistas, coisa que até agora não parece haver. “Não queremos flertar com o desconhecido”, disse ele ontem, mas na economia é exatamente isso que o pacto de silêncio dele e de sua equipe está oferecendo ao país.
Do pouco que se sabe, há esse temor sempre repetido pelo candidato em relação ao investimento chinês no Brasil. A China estaria “comprando o Brasil”, segundo ele. O país é o maior comprador de produtos brasileiros, o maior mercado da soja brasileira, portanto o agronegócio precisa manter essa relação estável e sem ruídos. O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, empresa que opera em 16 portos chineses, disse que há uma dependência mútua entre Brasil e China, e que em qualquer governo a Vale continuará tendo uma boa relação com eles. É ao capital chinês que a Petrobras está recorrendo para concluir o investimento no Comperj. A expectativa da estatal é concluir em dois anos as obras da refinaria de Itaboraí, a partir do momento em que fechar o acordo com a CNPC chinesa.
O medo que Bolsonaro nutre pela China remete a um pensamento nacionalista ultrapassado e está em total divórcio com qualquer ideia liberal. Se ela compra uma participação numa hidrelétrica, ou numa refinaria, em que isso nos ameaça? Ela levaria fisicamente as usinas para a China? Qualquer país precisa ter um quadro regulatório estável e transparente para os investimentos, mas discriminar alguma empresa pela origem do capital é um debate resolvido desde que no governo Fernando Henrique, em 1995, foi retirada da Constituição a diferenciação entre empresa nacional e estrangeira.
Os produtores de etanol estão preocupados com a possibilidade de rompimento do Acordo de Paris porque isso reduz as perspectivas dos biocombustíveis, segundo disse a presidente da Unica, Elizabeth Farina. A reação dos usineiros mostra como a economia de baixo carbono tem muito mais aliados do que se pensa.
Em entrevista à Folha de S. Paulo ontem, um dos economistas que estão trabalhando para o programa de Bolsonaro, Luciano de Castro, disse que será dada uma guinada de 180º no setor de energia. Esse é um setor que precisa mesmo de muitas mudanças e correções, mas a primeira parte do seu projeto, que é a diminuição da presença do Estado na geração e privatização da Eletrobras, bate de frente com a teoria econômica do galinheiro e do ovo defendida recentemente por Jair Bolsonaro. Ao falar que não quer a privatização da Eletrobras, ele disse que se vender as galinhas do quintal ficará sem o ovo cozido de manhã. Outra parte do programa de energia feito para Bolsonaro é a de manter a política da Petrobras de paridade de preços internacionais, proposta da qual o candidato discorda.
A reforma da Previdência é uma incógnita. A que está no Congresso foi muito criticada e combatida pelo que será o núcleo político de Bolsonaro. Tanto Onyx Lorenzoni quanto Major Olímpio acham que ela é dura demais, quando outros críticos acham o oposto. Afinal, a idade mínima de 62 e 65 anos só estará em vigor em 2038. Se não for feita alguma reforma não há possibilidade de pôr ordem nas contas públicas. O que Bolsonaro tem dito em economia é sobretudo desconexo. (Com Alvaro Gribel, de São Paulo)

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