20 de abril de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

A pirraça de Barroso

A pirraça do ministro Barroso contra o voto auditável pode ter várias leituras.

A cada manifestação hostil, desprovida de argumento minimamente racional, a teimosia do Barroso me leva a supor que o STF pleiteia colocar em suspeição, quem sabe até anular – como fizeram com a prisão em Segunda Instância e decisões de outras cortes de justiça nos processos do Lula – todos os resultados das eleições que antecederam a maravilha tecnológica perfeita, inviolável e incontestável do voto eletrônico.

Barroso me parece um crente da seita tecnicista do século XXI. Um Templário Digital.

Hoje, lendo mais um argumento esdrúxulo do ministro em defesa do voto exclusivo eletrônico – sem cópia auditável – me veio a mente o trágico desastre do Airbus da Air France ocorrido em 31 de maio/1 junho de 2009, decolando do Rio de Janeiro com destino a Paris, que encerrou com a morte 228 passageiros submersos para sempre nas profundezas do Oceano Atlântico.

Dentre eles, o jovem, talentoso e querido amigo, maestro Silvio Barbato.

Após longas batalhas judiciais – ramo do Barroso – os familiares das vítimas, submetidos a frustrantes e sofridas contendas nas barras dos tribunais, ainda tiveram que aturar o desplante da empresa após uma decisão de um tribunal que não agradou à Airbus, destacada e importante empresa voltada para o controle informatizado das suas aeronaves.

A Air France, por sua vez, “insiste que não cometeu nenhum erro criminoso no cerne deste acidente trágico”.

Todavia, investigadores franceses descobriram que a tripulação não lidou corretamente com as leituras de perda de velocidade de sensores, bloqueados por gelo, e causou estol (perda de sustentação) ao manter o nariz da aeronave alto demais.

A tripulação titubeou em tomar o controle da aeronave para não contrariar as ‘certezas’ do comando eletrônico do sistema ‘fly-by-wire’.

Barroso é um adepto da seita de controle eletrônico inexpugnável(sic) sobre a vontade do eleitor.

O Boletim

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