Acabei de chegar de Vancouver, uma das minhas cidades favoritas no mundo. Quem me acompanha aqui no Boletim sabe que morei em Vancouver por 6 anos, onde, inclusive, nasceu minha filha, hoje com 35 anos.
Já naquele tempo a cidade era bárbara, cercada por mar e montanhas, parques urbanos fantásticos e um clima ameno no inverno, comparado com o do resto do Canadá. Ao longo dos anos a cidade ficou ainda melhor e mais bonita. Acredito que a imigração de chineses vindos de Hong Kong, às vésperas da ex-colônia britânica voltar a pertencer à China, trouxe à cidade uma injeção de recursos financeiros que contribuiu para seu desenvolvimento urbano.
Esta é minha opinião baseada no que vivenciei enquanto residia lá e ao longo de várias visitas posteriores à cidade.
Se o leitor quiser ler minha coluna sobre Vancouver, clique aqui.
Hoje vou falar sobre um passeio para quem está visitando Vancouver e gosta de esporte e aventura. O passeio foi novo para mim também!
O leitor já ouviu falar dos Joffre Lakes? Pois é, esses lagos são pouco conhecidos dos brasileiros. Eu mesma só tive conhecimento deles há poucos anos. São 3 lagos, de cor azul turquesa, que estão localizados a 3 horas de carro ao norte de Vancouver.
O programa ideal é fazer um combinado: visitar Whistler, que em qualquer época do ano é sensacional, dormir lá, e no dia seguinte seguir para o Joffre Lakes Provincial Park. Foi o que fiz.
Se o destino fosse somente Whistler, não haveria necessidade de carro alugado porque há ônibus e tours que saem de Vancouver para passar o dia lá. Mas para Joffre Lakes só há opção de carro. De Vancouver a Whistler são 1h30 numa estrada linda. E de Whistler a Joffre Lakes são mais 1h de carro, e a estrada continua muito bonita.
O mapa abaixo mostra a localização dos lagos em relação à estrada (a #99) e ao estacionamento (ver na parte inferior da imagem). O acesso a eles é tão somente através de trilhas lindas mas, muitas vezes, bem difíceis. Explico a seguir.
LAGO #1 – É bem fácil chegar a esse lago porque está localizado a 50 metros (5min de caminhada) do estacionamento. A trilha pela mata é linda e bem plana. Ao chegar ao lago #1 a gente já tem o impacto da cor turquesa de suas águas.
LAGO #2 – Esse era o lago que tínhamos como meta. Ao começarmos essa aventura, meu filho e eu, sabíamos que a distância entre os dois primeiros lagos era de 3km. O que não sabíamos é que teríamos uma diferença de altitude a vencer de quase 400m e que a trilha se tornaria bem difícil. E que havia uma placa no estacionamento que dizia que até o lago #2 são 2h30, numa direção!
Detalhe: difícil para mim, moderada para quem está habituado. Meu tênis não era o ideal, meu preparo físico idem, mas tomei aquela trilha como uma questão de honra e não desisti. Outro detalhe: tenho pavor de ursos, já cruzei com alguns deles ao longo da vida, todos no Canadá.
Mas a trilha foi tão difícil nesse trecho que nem me lembrei dos ursos e, felizmente, eles também não se lembraram de aparecer para mim!
LAGO #3 – Não fomos até ele. Seria mais 1km de trilha em 30min de caminhada. O que mostra que a pior parte da trilha foi mesmo a que fizemos, até o lago #2. Mas para irmos até o terceiro lago e depois voltarmos ao estacionamento daria umas 8 a 9 horas de duração. E ainda tínhamos que retornar a Vancouver! Mas segue foto abaixo do lago que nunca vi pessoalmente.
Informações importantes:
1 – Melhor época para fazer a trilha dos Joffre Lakes é de junho a setembro.
2 – Há necessidade de permissão para estacionamento no Joffre Lakes Provincial Park. Essa permissão é conseguida no site do parque. Sem ela a pessoa é impedida de entrar na trilha. Há outros estacionamentos além do principal, mas sempre com a permissão.
3 – Há lugar para acampar no parque, mas somente num local indicado, após o Upper Joffre Lake (lago #3) e fica a 4,7km do estacionamento. E é necessário reserva através do site do parque.
4 – Circuito total entre estacionamento – lago #3 – estacionamento: um pouco mais de 8km.
5– Para efeito de curiosidade, a diferença de altitude entre os lagos #1 e o #3 é de, aproximadamente, 400m.
6 – Manter em mente a necessidade de saber os protocolos no caso de cruzar com um urso.
No mais, é curtir essa experiência incrível!
“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”
9 Comentários