Toda vez que eu passar um tempo sem postar no O Boletim o leitor pode saber que estou viajando. Fico sempre com a esperança de encontrar tempo para fazer minha coluna enquanto viajo, mas é doce ilusão.
Desta vez acompanhei um grupo para visitar quatro países da antiga Iugoslávia: Croácia, Montenegro, Bósnia-Herzegovina e Eslovênia. É um roteiro que já havia feito no passado, mas que sempre me surpreende.
Vou fazer uma série de posts sobre esta viagem e hoje começarei pela última cidade que visitamos, Ljubljana, capital da Eslovênia.
Um pouco da história: depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a união de seis repúblicas (Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro e Macedônia), e de duas províncias autônomas (Kosovo e Vojvodina), deu origem à República Federal Socialista da Iugoslávia, que foi governada e mantida coesa pelo Marechal Tito até 1980, quando morreu.
A Iugoslávia de 1945 a 1991 era composta por 6 repúblicas (Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro e Macedônia) e 2 províncias autônomas (Kosovo e Vojvodina). A capital da Iugoslávia era Belgrado, hoje só capital da Sérvia.
(Fonte: guiageo-europa.com)
Com os ventos de liberdade que sopravam com a queda do muro de Berlim e posterior dissolução da União Soviética e Cortina de Ferro, foi a vez das repúblicas iugoslavas desejarem sua independência, já que etnias e religiões eram diversas entre si. A maioria de nós acompanhou pelos meios de comunicação a terrível guerra travada entre 1991 e 1995, e depois em 1997, nos Balcãs, com milhares de perdas humanas e requintes de crueldade. Aos poucos as repúblicas foram tornando-se independentes, e a primeira delas foi a Eslovênia, ainda em 1991. Foi o processo mais rápido, durou apenas dez dias e não foi tão violento. Belgrado, a capital da ainda Iugoslávia, acabou aceitando a separação.
A Eslovênia está localizada no nordeste da antiga Iugoslávia. É majoritariamente católica e tem muitos laços com a Áustria, sua vizinha ao norte. É um país pequeno com população pequena, com um pouco mais de 2 milhões de habitantes. É um país lindo e encantador, montanhoso na maior parte de seu território, com paisagens lembrando por vezes as da Suíça e da Áustria.
Sua capital, Ljubljana, não fica atrás. Cativa a gente desde o primeiro contato. É uma cidade basicamente plana, cortada pelo rio Ljubljanaca que é ladeado por dois calçadões para pedestres, com restaurantes, cafés e muita vegetação. Aliás, em 2016 foi considerada a capital mais verde da Europa.
Vista aérea do centro histórico de Ljubljana, com o castelo e o rio graciosamente
cortando a cidade. (Fonte: erasmusu.com)
É plana, exceto pela colina logo próxima ao rio e ao centro histórico. Lá em cima temos o castelo, que é bem antigo e com longa história. E com muitas reconstruções a adaptações ao longo dos séculos. O que mais importa é mesmo a vista privilegiada que ele proporciona, principalmente a partir de sua torre de observação, o ponto mais alto do complexo.
Parte do centro histórico visto a partir do castelo. Cidade moderna ao fundo.
(Fonte: Mônica Sayão)
Mais do centro histórico, ao longo do rio Ljibljanaca. (Fonte: Mônica Sayão)
Hoje o castelo tem múltiplos usos: espaço para exposição permanente sobre a história da cidade, espaço para exposições temporárias, restaurante, café, e espaço para eventos, inclusive casamentos. O acesso ao castelo é feito por funicular, muito rápido e prático, e custa 4 euros, ida e volta.
O castelo domina, imponente, o cenário. (Fonte: Mônica Sayão)
O centro histórico se desenvolve entre a colina do castelo e o rio, em ambas as margens. Esta região é toda de pedestres. Há muitas pontes e a mais famosa delas é a Ponte Tripla (Tromostovje) que fica em frente à praça da Igreja de S. Francisco. Aqui é o coração da cidade.
Vista privilegiada das 3 pontes (Tromostovje), uma peculiaridade de Ljubljana,
em frente à Igreja de S. Francisco. (Fonte: wanderlust.co.uk)
Calçadões para pedestres acompanham as margens do rio. Nada é mais
simpático e bucólico. (Fonte: Mônica Sayão)
Muitos restaurantes e muito verde ao longo do rio. (Fonte: Mônica Sayão)
Muitas opções de restaurantes ao longo do rio e também nas ruas internas.
(Fonte: Mônica Sayão)
O ingresso custa de 26 a 28 euros por adulto, dependendo se for alta ou baixa estação.
Rua interna do centro histórico: restaurantes, várias chocolaterias e muitas lojas descoladas de roupa feminina.
(Fonte: Mônica Sayão)
Vista do castelo a partir das 3 Pontes. (Fonte: Mônica Sayão)
Irresistível Ljibljana! (Fonte: Mônica Sayão)
Uma dica importante para quem gosta de “gordices”: além das chocolaterias, há uma sorveteria que é sensacional e tem sempre fila na porta: a Vigò, bem no centro histórico. Com sabores inusitados e textura delicada, a Vigò faz a alegria de gulosos como eu.
Há ótimos passeios “bate e volta” para serem feitos a partir de Ljubljana. Um deles é visitar o Lago Bled, que fica há 1h de carro a noroeste da capital. Um cartão postal, dos mais “instagramáveis” (tempos modernos…), rodeado por montanhas, e com a peculiaridade de ter uma pitoresca ilha natural com uma igreja no topo. Não demos muita sorte com o tempo, mas a gente não pode querer tudo, certo? Num dia de sol, a cor do lago tem uma cor deslumbrante, acreditem.
Bled também tem um bonito castelo, do século XI, de onde tirei as duas fotos seguintes.
Lago Bled visto a partir do castelo. Os pontos pretos na foto são os
barcos que vão até a ilha. (Fonte: Mônica Sayão)
Vista da pequena cidade de Bled: tudo muito bonito. (Fonte: Mônica Sayão)
Visitar a pequena ilha de Bled faz parte do passeio.
Os barcos são assim, com um único remador. (Fonte: Mônica Sayão)
A Igreja de N. S. da Assunção, do século XVI, domina a paisagem da Ilha.
Mas para chegar até ela são 99 degraus! (Fonte: Mônica Sayão)
Porto da ilha de Bled, por assim dizer. (Fonte: Mônica Sayão)
E 99 degraus para chegar até a igreja! (Fonte: Mônica Sayão)
Outro passeio imperdível é visitar a Caverna de Postojna e o Castelo de Predjma. Postojna fica há 1h de carro a sudoeste de Ljubljana. E o castelo, 15min depois. Então é uma dobradinha perfeita e surpreendente para passar o dia.
A caverna de Postojna foi descoberta há mais de 200 anos. Foi aberta para visitação pública no início do século XIX. Conta a história que, durante a Segunda Guerra Mundial, as forças de ocupação nazista usaram a caverna para estocar mais de mil barris de combustível. Em 1944, forças contrárias eslovenas destruíram o depósito e assim a caverna pegou fogo por 7 dias. Ainda hoje podemos ver algumas paredes empretecidas pelo fogo e fumaça.
Um tremendo impacto com a visita à caverna. (Fonte: Mônica Sayão)
Mas nada que tire sua beleza! Ela tem 24km de extensão porém o visitante só tem acesso a 5km, sendo 2km de trenzinho e o resto a pé. A gente nem sente o quanto anda a pé porque tudo é tão inusitado e impressionante, que o tempo passa sem se perceber.
As visitas são direcionadas por funcionários que acompanham os grupos. O trajeto dura em torno de 1h30. Pode ser feito com explicação presencial ou com guias de áudio, que foi o nosso caso e funcionou muito bem. O ingresso custa de 26 a 28 euros por adulto, dependendo se for alta ou baixa estação. Vale o preço, sem dúvida! Fica aberta o ano inteiro, mesmo nos feriados.
A visita à caverna é uma experiência memorável. Já visitei outras e
nenhuma me impressionou tanto. (Fonte: Mônica Sayão)
Próximo à Caverna de Postojna encontra-se o Castelo de Predjma. É o maior castelo do mundo encravado numa caverna, diz o Guinness World Records. Foi construído há 800 anos sobre um penhasco de 120m de altura.
Dá para imaginar um cenário mais encantador, de conto de fadas?
(Fonte: Mônica Sayão)
Morar aqui no passado devia ser muito úmido mas hoje, para nós,
é irresistivelmente charmoso! (Fonte: Mônica Sayão)
O ingresso para visitação do castelo pode ser feito conjugado com o ingresso da caverna de Postojna. Fica mais barato do que comprar os ingressos separadamente. O ingresso conjugado custa de 36 a 39 euros por adulto, dependendo se for alta ou baixa estação.
A Eslovênia ainda tem muito mais a oferecer ao turista. Vale demais explorá-la sem pressa. Recomendo!
“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”
“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”
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