Gostaria de avisar aos meus queridos amigos do Face que estarei postando cada vez menos sobre política. Afinal, política nunca foi um assunto que tenha despertado meu interesse. Sempre gostei de música, fotografia, literatura, poesia, ballet, pintura, escultura, arquitetura, decoração, moda, antiguidade, gastronomia, enfim, tantas coisas … e não necessariamente nessa ordem.
Tenho escrito muito sobre política porque o Brasil foi para o fundo do fosso. Ou no fundo do poço. Tanto faz. Aí aconteceu um milagre e o Presidente Bolsonaro elegeu-se. O único que não fazia parte do establishment. Qualquer outro seria mais do mesmo. Ou um pouco menos do mesmo.
Aí, a máquina estatal e uma parte predominante da iniciativa privada , junto com a imprensa, ONGs, instituições, oligarquias, sindicatos (a OAB não passa de um sindicato), nomenklatura, mercado financeiro e classe artística — em estado de choque, deparou-se com um novo Brasil, sem corrupção como moeda de troca. Em vez de adaptar-se aos novos tempos, resolveu “resistir”. Afinal , o que existia antes , por décadas, era a única realidade que essa “elite” conhecia.
E começaram as mentiras.
Estou fazendo um resumo, bastante superficial, do que eu percebi. Ninguém precisa concordar comigo, é claro.
Também percebi que o povo brasileiro talvez seja o mais perceptivo do mundo atual. Afinal, fomos às ruas para exigir reformas difíceis, por entendermos serem imprescindíveis. Cada um de meus amigos deve ser muito mais bem informado do que eu.
Como nunca foi minha intenção chover no molhado, vou agora postar só mesmo o que impressionar. Hoje, só se engana quem quer.
Precisamos mais do que nunca das coisas lúdicas da vida. E espirituais também. Por que não?
Rosas de uma das minhas trepadeiras do jardim. Bastante perfumadas. 🙏🏻❤️
Encerro com essa poesia, que adoro:
Prefiro Rosas, meu Amor, à Pátria
Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude.
Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.
Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,
Se cada ano com a primavera
As folhas aparecem
E com o outono cessam?
E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?
Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.
Ricardo Reis, in “Odes”
Heterônimo de Fernando Pessoa
Jornalista, fotógrafa e tradutora.