É muito perigoso confundir indivíduos com instituições, o que acontece nas ditaduras de esquerda, centro ou direita.
Acontece também no Brasil quando o STF manda investigar.
Um juiz que acusa o suspeito é como o carrasco condenar o executado.
Um juiz não acusa ninguém, a função de acusar é do Ministério Público.
Vale lembrar: em um crime, a polícia investiga, o Ministério Público acusa, a defesa defende e o magistrado julga.
Quem investiga não acusa. Quem acusa não julga.
Esta separação institucional é essencial em qualquer democracia.
Ela funciona como um sistema de freio e contrapesos.
Aqui no Brasil já vivemos um estado de exceção. A ponto de ministros interferirem abertamente no Legislativo, que se curva e abre mão passivamente de suas prerrogativas institucionais — o que é perigosíssimo.“…
O problema dessa confusão entre indivíduo e instituição é que ela tende a levar a ditaduras. Pinochet, Stalin, Chaves (e agora Maduro), Hitler, Fidel Castro, Mussolini, a dinastia Kim, dos Santos, Pol Pot, Vargas, são todos ditadores, em maior ou menor grau de crueldade, de esquerda, centro e direita, em continentes diferentes e através de métodos distintos, que tinham apenas um único elemento em comum: personificavam o Estado.
Ou como Luiz XIV – um ditador em forma de rei – disse, ‘l’état c’est moi’ (o ‘Estado sou eu’).” [Excerto de matéria de 2015 de Amanda Andrade.]
Jornalista, fotógrafa e tradutora.