Olhando com atenção, dá para perceber que o Renault Captur 2022 recebeu mexidinhas estéticas por fora, retoques no interior e mais alguns recursos de conforto e de conveniência. A principal – e, mais agradável – novidade, no entanto, está sob o capô, onde repousa um novo motor TCe (Turbo Control Effiency) 1.3 flex, que gera até 170 cv de potência e 27,5 kgfm de torque, casado com uma caixa de marchas do tipo CVT, que simula oito velocidades. É essa nova base mecânica que virtualmente transformou o Captur em outro carro. Um carro bem melhor, diga-se.
Durante uma semana, tive esse bonitão aí das fotos como meu carro de uso habitual. Bom, na verdade não exatamente o habitual, pois para os test-drives aqui da Rebimboca eu rodo muito mais do que na minha rotina diária “normal”. No caso do Captur Iconic, o topo da linha, que tem custo a partir de aproximados R$ 139 mil, esse tempo a mais foi empregado sem grandes esforços, reconheço.
Isso porque, se até a linha 2021 o Captur já era um carro confortável, com boa ergonomia e “pinta de SUV galã”, agora ele também é bem divertido de se dirigir. Digo isso porque já havia testado outras “safras” e versões desse modelo, equipadas com outros motores (2.0 16v e 1.6 16v) e câmbios (automático de quatro marchas e manual de cinco), que não eram lá muito marcantes nesse aspecto. Aliás, vale conferir a matéria e o vídeo que fiz com a versão Intense 2018 para este blog e para a TV Rebimboca (abaixo). Neles eu falo sobre as origens do carro e dou informações sobre seu porte etc. – e, em termos de espaço interno e outras características desse tipo, o modelo continua igual e, assim, não preciso escrever tudo de novo, ok?
Não é mais só pose
Se antes do Captur tinha um jeitão de carro arrojado – talvez ele seja o mais “crossover” dos SUVS produzidos no Brasil hoje –, mas personalidade de carro comportadinho, agora visual e “alma” parecem ser mais coerentes entre si. Não que ele tenha se transformado em um esportivo, como seu parente recentemente falecido Sandero RS, mas certamente ganhou um vigor muito bem-vindo.
E você percebe isso logo nas primeiras vezes em que pisa no acelerador e, dependendo do ímpeto, sente um empurrão no encosto do banco. Sem grandes rugidos, mas soando animado, o motor desenvolvido em parceria com a Mercedes parece sempre disposto a trabalhar, entregando uma generosa dose de força (o torque) já em baixas rotações e pondo o carro em movimento animado. Vá lá que o câmbio, como mencionei, é do tipo continuamente variável, CVT, muito eficiente, mas com pouca afinidade com tocadas mais arrojadas.
Sua lógica está mais relacionada à eficiência, a manter as rotações do motor o mais perto possível do chamado “ponto ótimo”, no qual consumo e desempenho se combinam da melhor maneira. E, mesmo quando fazemos as trocas de velocidades manualmente, a resposta é um pouco amortecida. E, no fundo, não há nada de errado nisso. Afinal, o perfil desse SUV é mesmo familiar e seu foco está mais no conforto e na praticidade que nas reações mais “emotivas”.
Ainda assim, arrancadas e retomadas estão longe de ser tediosas. É pisar que ele responde, proporcionando ultrapassagens e outras manobras que exijam mais agilidade seguras. E, para um SUV, a estabilidade também passa confiança. Mesmo com uma boa altura em relação ao solo (são 21,2 cm e até dá para encarar estradinhas de terra, não muito ruins, sem medo), curvas são feitas dentro de um bom limite e a oscilação geral não enjoa ninguém a bordo.
Outros detalhes
Para não dizer que só falei da mecânica, em relação ao anterior, o modelo 2022 tem um novo para-choque com luz de circulação diurna DRL em LED, que envolve os faróis de neblina e tem aquela função auxiliar em curvas, acendendo quando necessário. Faróis, aliás, que são full LED nesta versão topo de linha. A grade superior é um está um pouco mais larga e ganhou um detalhe e as rodas de 17 polegadas têm novo desenho.
Por dentro, os materiais em geral tiveram um ótimo “upgrade”, e estão mais suaves ao toque. A central multimídia agora tem tela de oito polegadas, contando com a necessária conectividade com smartfones Apple CarPlay e Android Auto e a cereja do bolo é um sistema chamado Multiview, que conta com quatro câmeras e mostra diferentes ângulos para ajudar nas manobras. Há portas USB na frente e atrás.
A direção é elétrica, o volante pode ser ajustado em altura e profundidade e conta com comandos iluminados do piloto automático. Há também comando por voz e, agora, o carro pode ser ligado à distância, pela chave. Estão na lista outros itens, como sensor de ponto cego nos retrovisores, alerta de baixa pressão dos pneus, controles de estabilidade (ESP), tração (TCS) e assistente de partida em rampas (HSA); quatro air-bags e dois pontos Isofix nos bancos traseiros para a fixação de cadeirinhas.
Eis a ficha técnica do Captur 2022:
Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.332cm³, turbo com injeção direta
Potência (cv): 162 (gasolina) e 170 (álcool)entre 5.500 e 6.000rpm
Torque: 27,5kgfm entre 1.600 e 3.750 RPM
Transmissão dianteira, câmbio automático tipo CVT com simulação de 8 velocidades
Suspensão: dianteira tipo McPherson; traseira com eixo de torção e barra estabilizadora
Rodas/pneus: 17″ / 215/60 R17
Direção com assistência elétrica
Freios dianteiro com discos ventilados e traseiros a tambor, com ABS e EBD
Capacidades (litros):
Tanque de combustível 50
Porta-malas: 437
Dimensões (m):
Comprimento 4,38, largura 1,81, altura 1,62, distância entre-eixos 2,67,
Peso: 1.366 kg
Performance:
Velocidade máxima de 190 km/h e aceleração até 100km/h em 9,2 segundos
Consumo (dados do Inmetro, km/litro, gasolina/álcool)
Cidade – 11,1 / 7,5
Estrada – 12 / 8,3
Preço de modelo idêntico ao da matéria, com cor especial (site da Renault):
R$ 142.890
Fonte: Blog Rebimboca
Jornalista, blogueiro e motorista amador.