Hoje, o governador Wilson Witzel anunciou que testou positivo para o coronavírus. Ele está frente da luta contra a disseminação do vírus, portanto é uma pessoa informada sobre o tema e sabe de sua gravidade.
Governador fala com muita gente. Não vou especular sobre como Witzel contraiu o vírus. Mas é preciso falar um pouco mais com pessoas que ainda não foram contaminadas e precisam evitar essa hipótese.
Normalmente, no principio, falavam que a gente contrai coronavírus quando alguém espirra ou tosse sobre nós. Ao longo de toda uma vida, não me lembro de alguém ter espirrado em mim. Muito raramente alguém tossiu em minha direção.
Acredito, na minha análise pessoal e leiga, que a forma mais comum de transmitir o corona vírus é através da conversa, isto é das gotículas de saliva que expulsamos ao falar.
Um professor de inglês no Canguro English no YouTube fez uma explanação muito interessante sobre o tema. Ele mesmo foi contaminado. Não sabe precisamente como.
Ainda assim, ele destaca a história de um coral em que todos tomaram a distância necessária e se higienizaram com álcool gel. Ainda assim todos contraíram o corona vírus, e dois dos cantores morreram.
A hipótese que levanta é de terem se contaminado com a saliva expelida no canto. Segundo as pesquisas, quando se canta projetam-se mais longe ainda as gotículas de saliva. Existe uma relação direta entre o canto e uma distância maior de expulsão das gotículas com o corona vírus.
Seguindo a mesma linha, ele mencionou pesquisas em língua inglesa, de palavras que expelem mais saliva que as outras. Para usar um exemplo brasileiro, creio que palavra farofa, muito utilizada em humor, seja um exemplo daquelas que expelem mais gotículas.
Da mesma forma, ele cita pesquisas sobre as distâncias habituais em que as pessoas se comunicam no mundo. As pesquisas indicam que a distância é menor na América Latina, onde as pessoas falam muito perto uma das outras.
Dificilmente vamos escolher palavras ao falar, optando pela que expelem menos saliva. Muito menos acredito que a distância do interlocutor, fator cultural, vá se reduzir de um momento para outro.
Concluo apenas que é preciso usar máscaras, a única forma de proteção contra esse tipo de contágio. Isso não significa baixar a guarda na lavagem das mãos, limpeza das superfícies e outros itens de segurança.
Fonte: Blog do Gabeira
Jornalista e escritor. Escreve atualmente para O Globo e para o Estadão.
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