Bolsonaro decidiu dar poder a Weintraub para nomear 19 reitores universitários durante a pandemia.
Isso não vai dar certo. O próprio STF derruba, se for acionado. Acredito que será.
Bolsonaro tentou suspender a lei de acesso às informações durante a pandemia. O STF também barrou.
O escorregão geográfico do Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, repercutiu muito na rede. Abundam memes de gente na neve dizendo-se numa das cidades do Nordeste.
Os militares conhecem o Brasil. Muitos já foram ao Amapá e na capital e cruzaram a linha do equador.
Ele deve ter querido dizer que no nordeste inverno é também chamada a estação da chuvas, que vai de janeiro a junho. Mas o inverno de fato começa em 21 de junho, como no resto do país.
Vê-se que é um homem simples, simples demais para cuidar da maior pandemia do pós guerra , sabendo tanto de medicina como sabe de geografia.
Parece que as autoridades se entenderam finalmente no Rio. Pelo menos, pude dar uma volta de bike na Lagoa, devidamente mascarado, sem a sensação de estar desrespeitando a lei.
Consegui umas horas noturnas para leitura, encerro o trabalho na tevê, escrevo esse diário e mergulho no livro de Churchill, Memórias da Segunda Guerra Mundial.
Interessante ver como ele tentou advertir para o perigo alemão, como insistiu anos e mostrar como Hitler montava sua força aérea. E era pouco ouvido.
Celso de Melo e o próprio Gilmar Mendes mencionaram o perigo do nazismo, usando a imagem de Ingmar Bergman o ovo da serpente.
Acho que havia uma distinção entre fascismo italiano e nazismo alemão. O primeiro era mais inconsistente em termos teóricos, mais brando também.
Segundo Churchill ali por 1933, o nazismo era encarado como uma versão cruenta e brutalizada da tese fascista.
Mas a imagem de Bergman ganhou uma dimensão mais ampla e refere-se a hoje à gestação de qualquer movimento autoritário. Talvez os ministros a tenham usado com essa latitude.
Na verdade, em termos numéricos, o que tem aumentado no Brasil é a aproximação do governo Bolsonaro com as teses chavistas, o Brasil, longe da Itália ou da Alemanha, estaria se tornando uma Venezuela.
Um dos dados que fortalecem essa tese é a cooptação das Forças Armadas pelo governo. O outro é a semelhança nas trajetórias de Bolsonaro e Chávez.
Meu amigo Eduardo Bueno, o Peninnha, escreveu um artigo comparando os dois, desde o início de suas carreiras.
Outro dia, vi uma antiga entrevista de Bolsonaro deslumbrado com Chávez e dizendo que seu sonho era encontrá-lo. Na época, Bolsonaro não era ainda tão anticomunista e chegou até a amenizar a tendência de esquerda em Chávez.
Voltas que o mundo dá.
Fonte: Blog do Gabeira