Foi um belo domingo e creio que será uma bela semana, se depender apenas do sol e temperatura.
Caminhos para os 100 mil mortos em agosto, cerca de 200 mil já se foram na América Latina. Com dias bonitos, pelo menos aqui no Rio, as pessoas parecem se esquecer que vivemos ainda um momento especial.
Estou concluindo a leitura do livro O Povo contra a Democracia, de Yasha Mounk. O livro descreve a ascensão de populistas de direita e esquerda ao poder.
Segundo Mounk esses populistas são democratas, consultam constantemente o povo e defendem até a democracia direta. Mas são autoritários, desejam, de um modo geral, dominar a imprensa, Congresso e STF.
Mas há um momento em que o encanto do povo com esses líderes se esvai. Estou trabalhando um artigo para mostrar essas condições. A primeira tese é essa: os populistas dizem que as soluções políticas são simples. Diante de um problema complexo como a pandemia, refugiaram-se na negação para evitar sua complexidade. Isso enfraqueceu Trump e vai enfraquecer Bolsonaro.
Estou meio perplexo com os R$ 11 milhões gastos na pesquisa com o vermifugo Anita. O Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, contraiu Covid19. Não sei se usará o Anita mas foi ele que impulsionou a pesquisa e disse que era um remédio secreto, tiro e queda.
País maluco. Terei uma noite de trabalho. Em Berlim, 10 mil pessoas foram as ruas protestar contra o isolamento social. Os neonazis e adversários da vacina estavam em cena.
Essa revolta contra a vacina chegará certamente ao Brasil. Na verdade, já chegou na forma de algumas Fake News.
Minha segunda feira, entendido como volta ao trabalho, começa no domingo à noite. Valeu o dia, aproveitarei as brechas da noite para continuar lendo.
Borges disse, entre milhares de outras, mais uma frase inteligente. Segundo ele todo dono de biblioteca carrega uma culpa por não conhecê-la.
Os meus livros estão esparramados mas consegui catalogá-los. Sei exatamente o que tenho e onde encontrar. Não alivia em nada a culpa. Pelo contrário.
Vamos começar mais uma dessas semanas malucas, creio que um dos temas dominantes será esse imposto que querem introduzir. CPMF, imposto sobre transações eletrônicas, não importa sua forma, ele será proposto. Reduzir os gastos da máquina, ninguém se atreve. Outro dia, Rodrigo Maia disse que estava disposto a cortar R$ 1 mil reais de seu salário. Que desprendimento.
Fonte: Blog do Gabeira