Hoje foi Sete de Setembro. Mais uma vez Bolsonaro apareceu sem máscara. Mais uma vez os jornalistas vão reclamar. O ideal para sair desse círculo, seria ignorar quando Bolsonaro sai sem máscara. Pode ser que resolva usá-la para chamar a atenção.
Fiquei impressionado com as imagens das praias. Não as considero tão perigosas como por exemplo ônibus e trens muito cheios.
Mas em Jericoacoara a ocupação de 100 por cento dos leitos naquele lugar tão pequeno provoca aglomeração. O nível de segurança deve ter baixado, assim como em Canoa Quebrada e outros pontos turísticos do Nordeste.
Os europeus, segundo li sobre um discurso de Angela Merkel, estão esperando uma próxima onda. A pandemia não foi embora. E nos comportamos como se tivesse acabado no Brasil.
Vamos ver, pode ser até que numa segunda onda, o vírus venha mais brando. De qualquer forma, é preciso estar atento.
Cerca de 245 médicos brasileiros morreram nesta pandemia. Os trabalhadores em saúde estão estressados. Uma segunda onda seria terrível para eles.
A Câmara aprovou um projeto que anistia uma divida de R$1 bilhão das igrejas com o fisco. Vai para sanção de Bolsonaro que certamente vai aprová-lo.
Estamos vivendo num país estranho em que militares e pastores religiosos parecem usufruir das melhores condições.
É um tipo de aliança que dá muita estabilidade a governos. Espadas e votos são de grande utilidade.
No entanto, isto empobrece a democracia. Os militares ganharam uma enorme influência no governo e isso não é bom para a saúde democrática do país.
Os pastores cada vez mais querem enlaçar igreja e estado, obrigando-nos a um retorno na história, do tipo que surgiu no Irã com a vitória dos aiatolás, em 1979.
Comemoramos a independência com todos esses problemas. Mas vamos adiante, na confiança de que as pessoas acabarão entendendo. No momento, o mais urgente é que entendam o perigo de uma retomada do coronavírus. Estamos de língua de fora. Não haverá tanto dinheiro para a saúde, muito menos para ajuda emergencial.
Sou cético a respeito de campanha educativas que amedrontam. Temo pela sua eficácia. Temos que encontrar o tom, talvez glamorizado a precaução, estimulando os artistas a produzirem lindas máscaras, sei lá, seria preciso parar e colocar ideias na mesa e tentar escapar dessa repetição: as pessoas descuidam, ouvem lições de moral e seguem descuidando.
Fonte: Blog do Gabeira