A manifestação de domingo, com milhares de motociclistas, vai ser discutida durante a semana inteira.
O jornal inglês The Guardian a definiu como obscena porque foi liderada pelo presidente Bolsonaro, sem máscara.
Mas o que vai repercutir mesmo é a presença do general Eduardo Pazuello, que Bolsonaro no palanque chamou”meu gordinho”.
O gordinho de Bolsonaro é um general da ativa e sua presença no palanque viola o regulamento do Exército. Alguma coisa vai acontecer com ele. Ou vai acontecer com o Exército que perderá respeito se não punir.
Pazuello estava sem máscara. Mentiu 15 vezes na CPI e agora ficou claro que mentiu uma décima sexta vez, no caso das máscaras .Ele pediu desculpas à CPI por não ter usado máscara num shopping de Manaus. Disse que estava ali para comprar precisamente uma nova máscara.
No domingo, Pazuello aparece sem máscara numa manifestação pública. Ele foi Ministro da Saúde, é investigado pelas mortes por asfixia em Manaus porque tardou ou falhou em conseguir oxigênio.
O interessante em Pazuello e nos generais cooptados por Bolsonaro é a visão que eles têm de política.
Quando questionado na CPI sobre sua célebre frase “um manda outro obedece”, na época da compra da vacina Coronavac, Pazuello disse que aquilo era uma frase para internet.
A internet para ele é um espaço de mentira e mistificação.
O general Augusto Heleno cantou na convenção do PSL o seguinte verso: se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão.
Com a aliança de Bolsonaro com o Centrão, o general Heleno disse que o Centrão não existe mais. E que a frase era parte do show da política.
A visão que eles têm da política é a de um lugar de enganação e mentira. E entram nela como os novos cínicos, mais grosseiros ainda que os políticos tradicionais, com suas mentiras.
É uma pena que tenhamos generais como Pazuello e Heleno. Eles comprometem a imagem do Exército mas revelam, ao mesmo tempo, a capacidade que o poder tem de corromper as pessoas que chegam a ele.
Tivemos esse tipo de domingo com manifestações e uma segunda meio fechada, com tempo nublado no Rio. Caminhando pela Lagoa , sentindo o vento, tive a sensação de que o inverno está chegando. Mas não é temerário por aqui. Com sol dá para sobreviver com bom humor.
O problema é que o inverno está chegando no país. É época de aumento de doenças respiratórias e a média de casos de Covid cresceu 19 por cento na última semana.
Creio que já mencionei a chegada do inverno por aqui. Acho que foi a sensação transmitida pela temperatura da água.
Passei muitos invernos na Suécia. Nada parecido com o inverno do Rio, mas há lugares no Brasil em que ele pega pesado. Lembro-me de um trabalho em São Joaquim, Santa Catarina, e outro numa cidade próxima do Rio Grande do Sul, São José dos Ausentes. Na primeira fui para cobrir a chegada da neve e a importância dela para o turismo na cidade.
Em São José dos Ausentes fui no verão, era dezembro, e a temperatura caia a nove graus de noite. Imagino como será o inverno por lá. Talvez até volte à região nesse período. Tiritando de frio.
Fonte: Blog do Gabeira