No dia em que se comemora a Consciência Negra, João Alberto foi assassinado a pancadas num supermercado Carrefour em Porto Alegre.
As imagens são brutais. Os agressores não param de bater mesmo com várias manchas de sangue no chão. Testemunhas assistem impassíveis.
Foi muito difícil comentar isto. O governador do Rio Grande, Eduardo Leite disse que iria investigar e punir o que chamou de violência excessiva. Sabemos que não é bem assim: foi um assassinato brutal. Não existe dose de violência normal, sobretudo diante de um cliente de supermercado.
Sinal de que não percebeu que o policial assassino faz parte de uma estrutura que precisa ser trabalhada, aliás como a polícia de todos os estados do Brasil, inclusive Bahia e Maranhão, que devem ter uma composição maior de soldados negros.
Por seu lado, o Carrefour não deveria se contentar com nota de repúdio. Nota de repúdio circula pelo Brasil inteiro e no final do dia não se alcança nada prático.
O Carrefour já sofreu outras denúncias de racismo. Houve o caso da morte da cachorra Manchinha por um dos seus seguranças.
Ou a empresa adota uma nova política, investe em sistemas de seguranças civilizados, ou vai perder muito mais do que o dinheiro que supõe economizar contratando “batepaus”.
O Brasil previa alguns encontros encontros culturais para homenagear George Floyd. Fica bastante claro que há inúmeros brasileiros como João Alberto que morrem do mesmo jeito brutalizados, sem poder respirar.
Os parlamentos brasileiros deveriam sair de sua zona de conforto e começar a debater o tema do racismo. Pouco se pode esperar desse governo. Li que o vice-presidente Mourão declarou que no Brasil não há racismo.
Não há racismo, não há queimadas, não há corrupção e rachadinhas, não há coronavirus, os governantes negam a realidade de forma vergonhosa.
É preciso botá-los para fora. Se não for possivel num espaço de tempo mais curto que o seja em 22. Trump já foi para o espaço e está lá o limbo esperando seus novos amigos.
Fonte: Blog do Gabeira