Uma das notícias mais impressionantes do dia: cinco milhões de testes para Covid-19 estão armazenados e perderão a validade se não forem usados nos próximos dias.
Parece que alguns dos testes já estão fora do prazo e não sei como o governo explicará isso. Uma seguidora de Bolsonaro colocou esta questão para ele, numa rede social.
Vamos ver o que diz o Ministério da Saúde. O general Pazuello é especialista em logística. Não é possível um erro dessa dimensão, em primeiro lugar pelas vidas que seriam salvas, depois pelo dinheiro investido: R$ 300 milhões.
O Ministro Paulo Guedes, por sua vez, declarou que não acredita numa segunda onda do Covid-19. Na sua opinião, a pandemia está cedendo.
Muitos médicos acham o contrário. Não sei se o termo segunda onda é preciso, pois o vírus sempre esteve aí.
As pessoas decidiram levar uma vida normal, sem que as condições para isso estivessem dadas. Festas clandestinas ou não acontecem em muitos pontos do Brasil, sobretudo nas grandes cidades.
Ontem falei com uma pessoa internada com Covid-19. Amiga de longa data. Ela me disse que um jovem foi à uma balada, contaminou-se e trouxe o vírus para a família.
Esse caso real mostra o verdadeiro perigo. A amiga tem mais de 60 anos, fumou durante alguns anos e está precisando de ajuda para respirar. Nada de intrusivo, mas ajuda pois os pulmões foram afetados.
Muito possivelmente, a pessoa mais jovem vai passar por um período de quarentena, com leves sintomas.
Se a gente pudesse mostrar que ninguém é super homem e que, sobretudo os mais velhos são mais vulneráveis, talvez conseguíssemos alguma mudança de comportamento.
Digo alguma mudança. Tennessee Williams tem uma peça chamada O doce pássaro da juventude. É um época linda mas cheia de ilusões.
Ando trabalhando extra: entrevistas com candidatos a prefeito. Hoje entrevistamos, Lauro Jardim e eu, Bruno Covas e Marcelo Crivella. Dose dupla.
Daí a impossibilidade de alongar muito pois daqui a pouco entro no jornal da noite. Gostaria muito de comentar uma foto de Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York, numa entrevista para contestar as eleições nos Estados Unidos. A foto está disponível na internet.
A tinta do cabelo escorrendo pelo rosto meu lembrou o filme A Morte em Veneza, um articulista do New York Times mencionou o retrato de Dorian Gray. É uma imagem clássica da decadência e da farsa representada pela recusa de Trump em admitir a vitória de Biden.
Aqui no Brasil, Bolsonaro segue firme na negação. Mais uma, afinal todo dia é dia de negar alguma coisa evidente.
Fonte: Blog do Gabeira