Hoje fui votar na escolar de sempre, na Borges de Medeiros, perto da Fonte da Saudade. Que diferença para eleições anteriores. Havia muito mais movimento. No tempo em que fui candidato, parava ali com um jeep verde e havia alguma aglomeração.
Hoje fui de máscara. Recebi uma dose modesta da álcool em gel mas creio que bastou pois não era nossa intenção neutralizar o vírus por embriaguês.
Essas eleições foram marcadas pela pandemia. As de 22 serão muito mais animadas. Os jornais dizem que Bolsonaro está voltando ao seu tamanho normal, perdendo nas principais cidades. Mas qual o tamanho normal de Bolsonaro? Confesso que não esperava que fosse capaz de tantas barbaridades, embora levasse em conta sua imensa capacidade para dizer grosserias.
O fato de estarmos numa crise sanitária, aumentou muito a responsabilidade, sobretudo de um presidente.
Continua se falando que o Exército mandou um recado para Bolsonaro, ao afirmar que não se mete em política. Será? Inúmeras vezes mostrei como o Exército está envolvido com a política de Bolsonaro, inclusive sua face mais sinistra, no Ministério da Saude.
Os militares estão presentes no governo e dizem que é para ajudar o Brasil. Desconfio. Têm o mesmo estilo dos partidos politicos. No meu entender há um aspecto que os iguala na decadência: ocupam cargos públicos apenas por ocupar, sem ter uma preparação específica para isso.
Há militares na cultura, na Anvisa, sem ter mínima ideia da complexidade dos temas dessas áreas.
Hoje é domingo, continuo trabalhando intensamente embora seja menos adepto da ver as pesquisas como a realidade acabada. Nos tempos em que fazia política, dizia que a campanha é feita por pessoas, com iniciativa, erros e acertos. Preocupava-me um pouco ver os especialistas em pesquisa afirmar que alguém estava bem entre os escolarizados mas não crescia entre os pobres, que as mulheres entre 25 e 50 anos preferiam determinado candidato.
Tudo isso possivelmente era verdade mas toda a verdade dependia da interação entre pessoas, atos de campanha, enfim de um cenário ainda aberto.
Tinha a impressão de ver astrólogos dizendo que se Saturno entrasse na casa de Aquário iria acontecer isso ou aquilo.
Minha tendência é aceitar a tese de que o buraco é mais embaixo, a realidade não se deixa dominar com tanta facilidade e às vezes as pessoas projetam um poder sobre ela que não é mais do que uma autoilusão.
Mas vamos ao trabalho. Foi um domingo de quase verão. Andei perto de 8 mil passos, segundo o Iphone, e num sol bastante quente.
A charanga estava tocando no Flamengo, fiz novas fotos dela. A charanga é de 1942, uma irmãzinha um pouco mais velha.
E o Flamengo fez 125 anos, numa fase brava como não vi nos últimos tempos.
Fonte: Blog do Gabeira