A vacina continua sendo um tema de interesse entre nós e até os estrangeiros estão curiosos diante da aparente confusão do nosso processo. Hoje falei com um correspondente da Der Spiegel alemã cujo trabalho era exatamente explicar o que se passa com a vacina no Brasil.
Parece que as coisas estão caminhando. Há dúvidas sobre a data e Pazuello afirma que os estados receberão as vacinas simultaneamente. Ele não quer São Paulo comece a vacinação antes.
Acontece que as vacinas estão em São Paulo. Retirar a cota paulista do Butantan, enviá-la para Brasilia para fazê-la voltar de novo a São Paulo não é inteligente.
Não sei o que se passa na cabeça de Pazuello. Ele não permite interpretações. Mas acredito que, no final, o bom senso vai prevalecer.
Sobre a Coronavac, tenho lido opiniões favoráveis dos cientistas.
Como leigo, fiz há algum tempo uma pergunta que não consigo ainda responder. A Coronavac está sendo apontada como uma vacina que impede mortes, hospitalizações e e apenas num grupo pequeno foram registrados sintomas leves.
Ótimo. Esta é uma grande razão para vacinar. Mas a vacina não pode ser apresentada como um remédio que apenas evita evoluções graves da doença. Ela precisa responder a uma pergunta: quantos não foram contaminados de forma alguma pelo coronavírus?
Mas isso é uma posição de leigo. Vamos esperar adiante mais informações. A vacina da Índia está sendo esperada e Bolsonaro escreveu uma carta ao primeiro ministro Narenda Modi pedindo que ajude nos trâmites.
Tenho a impressão de que Bolsonaro quer começar com a vacina de Oxford ao mesmo tempo em que São Paulo começa com a Coronavac.
Acho tudo isso uma bobagem. Mas se o empate é um bom resultado para todos, vamos adiante tentar cuidar de algo mais sério que é o próprio processo de vacinação nesse imenso Brasil.
As autoridades americanas já prenderam vários invasores do Capitólio. O Twitter cancelou a conta de Trump. Há uma grande discussão em torno do tema. Mas a questão da democracia é definir limites aceitáveis: a tentativa de ganhar pela violência, invadindo o Parlamento não funciona mais nem em república bananeira.
Tem feito um calor bravo no Rio.
Procuro manter a produtividade, sem o uso de ar condicionado. As vezes tenho de escolher entre o intenso calor e o ligeiro mal estar que me provoca a refrigeração artificial. Dilemas do alto verão. Todo ano é assim. No passado, talvez tirasse umas férias. Mas hoje viajo apenas alguns dias em fevereiro e olhe lá.
Fonte: Blog do Gabeira