Entramos numa fase decisiva para o processo de vacinação. Butantan pediu autorização para uso emergencial da Coronavac; a Fundação Oswaldo Cruz fez o mesmo para a vacina de Oxford-AstraZeneca.
São Paulo tem dez milhões de doses armazenadas. Isto é suficiente para começar. A Fundação Oswaldo Cruz vai importar este mês dois milhões de doses da vacina Oxford.
Se tudo der certo, até a última semana de janeiro haveria um estoque de 12 milhões de doses para começar.
O que fazer para evitar que o processo comece e pare subitamente? O Instituto Butantan está trabalhando intensamente e parece que tem condições de garantir a continuidade, com as doses elaboradas aqui dentro do Brasil.
Pelo que ouvi de uma entrevista da presidente da Fiocruz, deverá chegar um carregamento de insumos da vacina da Oxford no meio de janeiro. A partir daí, as doses poderiam ser produzidas aqui mesmo.
Certamente será preciso um tempo de ajuste, mas ainda assim talvez seja possível evitar interrupções a partir dos dez primeiros milhões de doses.
O STF, através do Ministro Lewandowski resolveu impedir que o Ministério da Saúde confisque vacinas do Estado de São Paulo, argumentando que os paulistas se prepararam a tempo e não podem agora ser prejudicados.
Na entrevista de Pazuello não ouvi indicação de que o Ministério da Saúde preparava-se para confiscar as seringas e agulhas de São Paulo. O que ele mencionou foi um processo de requisição administrativa nas fábricas.
Vou tentar entender melhor. Essas coisas do Ministério da Saúde são um pouco confusas. Pazuello malhou a imprensa mas reconheceu que também te problemas de comunicação. E como.
Ele disse que deveria ser proibido interpretar as notícias. Desde os anos 60, treinamos jornalistas precisamente para entender as notícias e interpretá-las o melhor possível, colocando-as num contexto e prevendo suas consequências.
O mais engraçado de Pazuello é o pavor que tem dos fotógrafos que o fotografam com o dedo levantado. Na entrevista, ficou tão zangado que levantou dedo e disse: pronto, agora fotografem à vontade.
As pessoas que não foram treinadas para essas situações, ficam muito perturbadas e perdem a paciência muitas vezes.
De qualquer forma, o quadro ficou um pouco mais claro pois os prazos são fixados: a Anvisa tem 10 dias para conceder a autorização para uso emergencial.
Dá tempo para começar em janeiro. Mas será preciso ficar atento e forte.
Fonte: Blog do Gabeira