Há uma brincadeira na internet sobre a troca de ministro da saúde: saiu o Pezadelo e entra o Quidroga.
Brincadeira à parte, o ministro Marcelo Queiroga já disse que sua tarefa é a continuidade e que vai seguir, no ministério, a política do governo. Isto é, a política que nos trouxe cerca de 280 mil mortos até agora e um pesado atraso no processo de vacinação, para não falar de suas consequências econômicas ao retardar dessa forma a retomada produtiva.
Estamos com um calendário de vacinas, aparentemente animador: 545 milhões de doses foram compradas. Mas precisamos vacinar dois milhões de pessoas por dia até o fim do ano. E as vacinas só chegarão mesmo perto do fim do ano. É longo o caminho da imunização coletiva.
Da mesma maneira, estamos com recorde de mortes, UTIs superlotadas, equipes médicas esgotadas física e psicologicamente.
Essa nova variante do coronavírus atinge a juventude em cheio. Precisamos de campanhas de advertência. Acostumou-se com a ideia de que o Covid-19 era ameaça para os velhos e outros grupos de risco. Mas com essas variações na proteína S, o vírus ficou mais contagioso e mais agressivo. Inclusive contra as previsões. Um vírus mais contagioso costuma ser menos agressivo. Mas não aconteceu assim.
Bolsonaro deixou de contratar uma boa pessoa para o cargo de Ministro da Saúde. A Dra. Ludhmila Hajjar tinha planos e suas ideias coincidem com as propostas quase consensuais de combate ao Covid-19, criando inclusive um comitê de crise nacional.
O Dr. Queiroga faz apenas cumprir as determinações de Bolsonaro. Por causa disso, Pazuello fracassou. Tem a desculpa de ser um general, ignorante em gestão médica. Queiroga faz uma aposta mais alta, no auge da crise.
Enfim, como disse a Dra. Ludhmila: o panorama é sombrio.
Problemas na Europa com a vacina da Oxford, Astrazeneca.
Alemanha, Itália e França suspenderam seu uso por denúncias de efeitos colaterais: aparecimento de coágulos. A OMS não confirma o problema e seria interessante concluir logo a investigação para tranquilizar também o Brasil.
Pessoalmente, posso dizer que, como milhões de britânicos e milhares de brasileiros, tomei a vacina e não senti nada.
Não é que nas escapadas noturnas para televisão consegui achar um filme interessante: O Cidadão Ilustre. Um filme argentino de muito boa qualidade, principalmente pelo desempenho dos atores, cada um melhor que o outro, apesar das intervenções curtas.
Fonte: Blog do Gabeira