28 de março de 2024
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Morituri te salutant

A vida me deu excelentes oportunidades e à medida em que, repetidamente, completo 32 anos, descubro que a idade me permite mais sabedoria e paz para desfrutar de cada uma delas. Não canso de me deslumbrar com as maravilhas que acontecem ante aos meus olhos mal feridos. Sim, sei que estou citando Machado de Assis. Aliás, o meu autor favorito.

Senão, vejamos: não é todo mundo que tem o imenso, inenarrável, privilégio de conviver com o Lula e a Dilma. No aprendizado nosso de cada dia, os dois são imbatíveis. Às vezes, penso que ambos vieram do espaço sideral. Alienígenas, destinados a iluminar o nosso opaco e medíocre caminhar humano.
Alguém já parou para pensar o que significa assistir, ao vivo e em cores, a atuação de um homem tão honesto, mas tão honesto, que, nunca, antes, na História de nosso planeta, existiu outro igual?  Sequer parecido? Somos privilegiadas testemunhas de um caso de santidade. Reverencio o nosso apóstolo, perdooo a sua amnésia – o excesso de pureza pressupõe inocência – e, como estamos próximos ao carnaval, saúdo-o comme il faut: Evoé, Lula, morituri te saluntant.
A frase é do livro De Vita Caesarum, de Suetônio. Se os leitores tivessem estudado no Curso Clássico do colégio Sacré Coeur de Marie, igual a mim e algumas colegas privilegiadas que compartilham estas mal traçadas linhas, saberiam que Caesarum é o genitivo plural da primeira declinação. Portanto, a obra se chama A Vida dos Césares. Aliás, já que a falta de assunto sempre rende boa crônica, aviso que no texto de Suetônio a frase correta é: “Ave, Imperator, morituri te salutant”.
Enfim, reverencio o nosso São Lula – primeiro e, se Deus quiser, único -, e agradeço à dona Dilma, cuja inteligência de vanguarda começou a elucidar um mistério científico.
zikavirus-1
No atrapalhado discurso sobre a Zika, doença que tantas tragédias tem provocado no Brasil, a senhora mandatária titubeou. Foi, não foi, mas  acabou fondo. Solene e seguríssima, afirmou que um mosquito chamado Zika-ka, dmirou-se-se põe um ovo no qual reside um vírus. Até então, não era bem assim, o mosquito chamava Aedes Aegypti.  Acho que continua chamando, sei lá. Papo avant la lettre sempre confundiu a minha cabeça pequeno-burguesa.
Mas não é que, agora, preocupados cientistas do Primeiro Mundo estão pesquisando se o vírus da Zika pode ser transmitido por contato sexual? Ou seja, com boa vontade, podemos dizer que, nesta história, alguém realmente bota um ovo. Contaminado pelo vírus da Zika, claro. Se é o mosquito ou – forçando a barra – o parceiro, o tempo dirá.
Com o comportamento recatado que os feriados de Momo anunciam, aliado à quantidade de mosquitos avoando por aí, posso imaginar o tamanho da encrenca em que estaremos metidos daqui a nove meses.
São Lula, rogai por nós.
Dona Dilma, morituri te saluntant.
Vidinha complicada, a dos brasileiros…

 

bruno

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