3 de outubro de 2024
Tecnologia

Informação: o caminho para proteger os mais vulneráveis

Nesta semana, fui convidado a participar da banca avaliadora do programa de estágio da empresa em que trabalho e, como parte do processo, também tive a responsabilidade de elaborar um desafio para os candidatos.

A empresa onde atuo se destaca em diversos serviços financeiros, especialmente no segmento de Crédito Consignado. Com frequência, deparo-me com casos de golpes direcionados a públicos mais vulneráveis, como idosos e analfabetos, o que é uma situação preocupante e exige atenção redobrada.

Coincidentemente, durante minha leitura diária dos principais canais de notícias, encontrei uma matéria sobre uma idosa que acreditava ser namorada de Elon Musk, o bilionário dono do X (antigo Twitter) e da Starlink. Esse caso reforçou uma questão que já discuti anteriormente: a importância de orientar os idosos e outros grupos vulneráveis sobre comportamentos seguros no ambiente virtual.

Durante as investigações, a polícia descobriu que o número de telefone utilizado pelo golpista era internacional, com base na Nigéria. O antigo golpe das “Letras do Tesouro”, que antes era aplicado por carta e, depois, por e-mail, evoluiu. Hoje, nem mesmo é necessário falsificar documentos; os meios, canais e discursos usados pelos golpistas também evoluíram.

Cada vez mais, percebemos que certos grupos têm dificuldade em acompanhar o ritmo acelerado das inovações tecnológicas, muitas vezes por falta de conscientização e acesso à informação adequada. É crucial intensificarmos as ações de conscientização sobre golpes para combater essas situações. No entanto, mais importante ainda é o acompanhamento próximo dessas pessoas.

A participação ativa de familiares, como filhos, netos e sobrinhos, é essencial para orientar e educar esses indivíduos sobre os riscos de fraudes e golpes no cotidiano. Além disso, é fundamental fornecer orientações sobre como se comportar no ambiente virtual: em quem confiar, quais portais de notícias consumir e o que cada plataforma realmente oferece.

Devemos ensiná-los, por exemplo, a buscar informações em fontes confiáveis de notícias e não em redes como o TikTok. É importante incutir um senso crítico, para que não acreditem em tudo que recebem em grupos de WhatsApp. E, acima de tudo, devem ser incentivados a procurar ajuda sempre que tiverem dúvidas sobre alguma informação recebida.

É crucial prepará-los para que não confiem cegamente em pessoas apenas por afirmarem ser “fulano” ou “beltrano”. Precisamos ajudá-los a desenvolver um pensamento crítico. O mundo mudou, e eles precisam entender essa transformação. As pessoas mudaram, assim como o caráter das interações.

Mais uma vez, insisto na importância da educação digital. Estamos vivendo uma era de grandes evoluções tecnológicas, especialmente com o avanço da inteligência artificial. Aqueles que não acompanharem essas mudanças ficarão para trás e estarão mais suscetíveis a serem vítimas da própria falta de conhecimento.

É fundamental, como sociedade, reconhecermos que a educação digital é uma necessidade urgente. Caso contrário, continuaremos a produzir vítimas e a alimentar o crime organizado.

Bruno Cesar Oliveira

Bruno César Teixeira de Oliveira, com uma carreira sólida na gestão de riscos, compliance e prevenção a fraudes em instituições financeiras.

Bruno César Teixeira de Oliveira, com uma carreira sólida na gestão de riscos, compliance e prevenção a fraudes em instituições financeiras.

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