Esse é o segundo tipo de ‘protesto’ na Europa na última semana; no dia 14 ativistas jogaram tomate em quadro de Van Gogh
Reprodução/ Twitter – Jovem Pan
Dois ativistas jogaram o purê de batata e tentaram se prender em uma parede do Museu
Seguindo as manifestações ‘controversas’ que envolvem arte e comida, dois apoiadores do grupo ativista pelo clima “Letzte Generation” (“Última Geração”) jogaram purê de batatas neste domingo, 23, em um quadro de Claude Monet, da série “Les meules”, que está em exposição no Museu Barberini em Potsdam, cidade próxima a Berlim, na Alemanha. Um comunicado divulgado pelo grupo afirma que a ação “coloca à sociedade a mesma pergunta que duas jovens fizeram na Galeria Nacional de Londres com sopa de tomate há uma semana. O que vale mais, a arte ou a vida?”. “Cada vez mais pessoas se recusam a aceitar em silêncio a destruição progressiva e a situação de risco para a vida humana em nosso planeta”, completaram os ativistas. A pintura não foi danificada durante a ação, “ao contrário do sofrimento imensurável que as inundações, tempestades e secas já nos trazem hoje como prenúncio da catástrofe iminente”, acrescentaram. Um porta-voz da polícia disse que os dois ativistas chegaram a se prender a uma parede no salão de exposições, mas logo foram “isolados” e detidos temporariamente. Uma investigação foi aberta por danos à propriedade e invasão de propriedade. A pintura, protegida por vidro, data de 1890 e passou para a coleção Hasso Plattner do Museu Barberini em 2019 após ser adquirida por US$ 110,7 milhões (R$ 571 milhões, na cotação atual) em um leilão da Sotheby’s.
“Meu coração parou quando soube da ação”, disse a porta-voz do museu, Carolin Stranz, que especificou que trata-se da pintura de Monet mais cara já vendida. A sala estava fechada e um especialista está examinando a obra de arte em busca de possíveis danos. Na semana passada, membros da organização “Just Stop Oil” despejaram sopa de tomate no quadro “Girassóis” de Van Gogh no Museu da Galeria Nacional de Londres. A ação de hoje foi recebida com incompreensão por representantes da política regional. “Isso é barbárie cultural e não uma declaração política. Você está prejudicando sua causa”, escreveu no Twitter o prefeito de Potsdam, o social-democrata Mike Schubert. A ministra do Meio Ambiente do estado federal de Brandemburgo, Ursula Nonnemacher, afirmou que “a luta contra a crise climática não é fortalecida por ataques a pinturas famosas” e acrescentou que, pelo contrário, é preciso “um amplo consenso”.
Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.