17 de abril de 2024
Adriano de Aquino

Miragem


Lendo alguns posts prevendo o futuro do ‘juiz Ministro’ me senti a vontade de dar pitaco no assunto.
Não sou especialista ou futurologista, mas lendo tantas previsões acho que posso contribuir para animar a fuzarca.
1 – Um profissional sério, compenetrado, de reconhecido mérito no seu ramo de atividade pode ser convidado e aceitar servir num alto cargo público sem necessariamente ter um projeto pessoal de desdobramento na carreira política. A história é cheia de exemplos notáveis.
2- Suponhamos que Moro ambicione permanecer no âmbito da justiça e considere o manto negro do STF o topo do mundo.
Um ministério é a única via para se alçar essa posição?
Claro que não! Pinduca chegou lá por essa via. Mas, Toffoli, nem isso precisou.
Sequer precisou tentar pela terceira vez passar no exame de juiz federal. Foi catapultado para o STF da assessoria parlamentar ao PT para o topo da carreira.
O Gilmar Mendes, era só um provinciano que pousou em Brasília. Foi Advogado Geral da União em 2000, durante a presidência do FHC.
FHC queria ‘dobrar a meta da presidência’ (emenda da reeleição) Gilmar sabia como fazer o pacote jurídico que alterava a constituição de 88. FHC, o ungiu membro do STF em 2002.
3 – Entre as declarações enquanto deputado, feitas pelo presidente recém-eleito, uma se destaca.
Ele se manifestou algumas vezes contra a reeleição para presidente da república e cargos majoritários.
O sujeito é ousado!
Quem sabe ele próprio tenha como projeto político deixar uma marca profunda na política nativa?
O que a galera chama de “legado” poderia se converter em emancipação política das garras das velhas raposas, caso Bolsonaro movimente forças políticas para derrubar a emenda do FHC e tenha êxito, o quadro da disputa eleitoral nas próximas eleições (2022) ganharia um colorido intenso.
4 – Agora, minha ‘hipótese’: Sergio Moro é uma figura pública com grande representatividade entre a população. Seu nome é um trunfo eleitoral poderosíssimo capaz de balançar o alambrado dos currais eleitorais Brasil afora e adentro.
Por que um movimento político de renovação, fundado na ética, no respeito à coisa pública e na eficiência administrativa, desprezaria um nome desse quilate para a corrida eleitoral de 2022?
Começo a desconfiar que o presidente eleito escondeu atrás da bravata intimidadora, sua real ambição.
A filosofa Dilma Rousseff já ponderava: Atrás de um cachorro tem sempre uma criança ou vice versa.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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