26 de abril de 2024
Adriano de Aquino

Justiça social?


Hoje recebi um vídeo (link) que devastou o meu dia.
https://www.facebook.com/adriano.deaquino/videos/10156082791429566/
A frieza desse assassinato me encheu de tristeza. Ainda sob o efeito de uma dor profunda, tentando me recuperar diante da banalidade da violência, refletida no desespero incontido da jovem vítima, fui tomado pelo sentimento de impotência diante da bestialidade assassina, da dor dos pais, familiares e por todos os afetos que a vítima nutria ou que – espero – ainda nutra pela vida, na esperança de que ele tenha sobrevivido a tão covarde ataque.
Em meio a profusão de sentimentos e, na tentativa de amainar a dor, um flash emblemático do relativismo ético que prolifera no país, me encheu de hipóteses pessimistas que em muito superam os difíceis obstáculos da realidade.
A ‘professora midiática’ Márcia Tiburi,uma das representantes desse modelo de relativismo ético, disse recentemente compreender e aceitar a “lógica interna do assalto”.
No entendimento da professora o sistema capitalista induz a injustiça social e nesse contexto se estabelece uma ‘lógica do assalto’. Nesse caso, o ‘algoz’ É a maior vítima.
Ele atira friamente para sanar sua frustração histórico social – imposta por um sistema sócio econômico injusto.
Essa ‘vítima social’ não admite tentativa de fuga de um assalto, pois, tal recurso, amplia sua frustração diante da negativa de realizar uma “cobrança” legitima de uma dívida social. Tal recusa é respondida com um tiro nas costas do ‘agressor’ que representa – em si – a sociedade opressora.
Neste caso, a ‘lógica’ que prevalece é a da apropriação indevida como forma direta de restituição e uma maneira de fazer justiça social com as próprias mãos.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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