

O afã Politicamente Correto é o retrato mais vergonhoso do coletivismo estúpido, censor e medíocre que marcou as duas primeiras décadas do século XXI.
Foi no celeiro do PC que surgiram movimentos reivindicatórios marcados pela intolerância à diversidade – sob o manto difuso de dar voz às minorias – fez surgir o cancelamento do pensamento divergente.
O Politicamente Correto é o gen do sentimentalismo irascível. Moldou os discursos subintelectuais do progressismo humanitário, propagou o wokismo e abriu caminho para as classes abastadas se sentirem ‘irmanadas’ com as causas dos pobres e oprimidos e praticantes indiretos de justiça social.
Enfim, foi um bálsamo para a reciclar a hipocrisia.
Um dos casos mais degradantes e covardes dessa corriola foi a escalada do ataque à escritora inglesa JK Rowling que teve inicio 2018.
A polícia britânica afirmou ter recebido uma queixa de uma apresentadora transgênero contra a escritora J.K. Rowling, criadora de “Harry Potter”, por comentários feitos nas redes sociais.
India Willoughby, a primeira apresentadora transgênero na TV britânica, acusou Rowling de “crime de ódio” por causa postagens de Rowling na rede social X.
“Chamar uma pessoa trans de homem, deliberadamente sabendo que aquela pessoa é uma mulher — e sou uma mulher independentemente do que J.K. Rowling afirme, minha certidão de nascimento diz mulher, meu passaporte, todos os meus documentos, sou reconhecida pela lei como mulher — assim que J.K. Rowling deliberadamente, e essa é a palavra, erra meu gênero mesmo sabendo quem sou, é muito ofensivo”
Essa ação abriu a porteira para uma série de absurdos.
Ainda que J.K. Rowling nada dissesse sobre o gênero da apresentadora, todos sabiam que a ‘moça’ nasceu homem e se converteu em mulher. Porém, dizer isso pode ser visto como “crime de ódio”.
Não conheço um registro histórico onde a hipocrisia atingiu o patamar da insanidade.
Ah, sim! Consideremos que o imperador romano Calígula tenha cogitado converter seu cavalo Incitatus em Cônsul Romano, porém não podemos afirmar, pois não há registros de que isso tenha acontecido.
Todavia, a policia britânica registrou a ação de India Willoughby contra a escritora J.K. Rowling por “crime de ódio”.
Curiosamente, desde então, quem foi odiada publicamente com ofensas e cancelamentos foi Rowling.
Acho que já deu, né?
Noticias recentes apontam para uma virada interessante, como relata a matéria do link: https://gallery1.greensmartmobility.com/breaking-news…/…


Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.