Essa noite, sua voz ecoou em meus sonhos, e a bela e motivadora mensagem que se iniciava assim: “I have a dream…”.
Aos poucos, esta mensagem de esperança de um mundo mais justo e igualitário, foi se afastando, dando lugar ao pesadelo, onde feitos e citações históricas em prol dos direitos humanos, igualdade e liberdade de expressão eram paulatinamente sepultados, numa cerimônia soturna, com fundo sonoro de um coro de ativistas louvando glórias salvacionistas como “Salvar o planeta, salvar a Amazônia, censurar as dissidências e silenciar as contradições” em louvor, não mais a você, mas a ícones do novo homem, aos mecenas dos movimentos sociais da nova ordem mundial, como George Soros, aos financistas do cartel de Davos, às classes de togados, artistas, jornalistas e ao grande contingente dos ‘justos’ emudecidos.
As palavras de ordem do poder crescente e dominante nos dias de hoje são: reprimir com toda força, criminalizar, condenar, prender e dissipar de vez toda voz dissidente que critique e conteste o ‘mainstream’.
Perseguir, censurar e criminalizar a livre opinião. Qualificar como ‘aparelhos subversivos’, os aplicativos de mensagens, agora considerados tão perigosos quanto as ameaças nucleares e o temor da humanidade com a possível eclosão da Guerra Fria de outrora, esse é o objetivo central da nova ordem mundial.
Sim, Martin parece insano, mas os aplicativos de mensagens são considerados hoje foco de subversão que, em escala global, colocam em risco a frágil e incipiente democracia.
A proposta da nova ordem é sustentar o clima de medo coletivo.
Primeiro neutralizando os aplicativos de mensagens, monitorando indivíduos, desmonetizando seus perfis, censurando postagens e, em seguida, com a neutralidade da opinião pública e a conivência da grande imprensa, acusá-los de incentivar o terror, condená-los à revelia e, aos poucos doutrinar os usuários e apaziguar a culpa dos justos, cujo o silêncio se traduz de fato em conivência passiva.
Para a nova ordem os aplicativos deverão seguir a versão palatável do ‘Meu Diário’, satisfazendo interesses sobre boa gastronomia, sensualização do cotidiano, festas e eventos culturais glamourosos, mensagens positivas no tocante às autoridades e ao poder, tornando os aplicativos ambientes dóceis, acríticos e amigáveis, onde apenas prevaleçam postagens e comentários otimistas sobre política e as boas coisas da vida social.
Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.