Hoje é Dia das Mães e creio que foi mais comemorado nas redes sociais do que fora delas. No passado recente, lembro-me que era quase impossível almoçar em restaurantes num Dia das Mães: as reservas se esgotavam rapidamente.
Gostaria de ter mãe viva para celebrar com ela. Fui um jovem meio estúpido, escrevia crônicas no jornal da cidade e numa delas afirmei que o dia das mães era um evento comercial. Ela não gostou e a partir daí nunca mais toquei no assunto.
Isso foi há muito tempo. De vez em quando aventuro-me a analisar um desses dias especiais, como o Dia do Índio, por exemplo. Nessa época, costumamos dizer que todo dia é dia do índio, eles estavam aí inclusive antes de inventarmos o seu dia.
O mais sábio é cumprimentar as pessoas pelo seu dia, seja do índio, do fotógrafo ou da secretária. A gente vai aprendendo com os anos.
No Estadão há uma manchete dizendo que Bolsonaro destinou R$3 bilhões para emendas parlamentares e deputados estão mediando a compra de tratores. Isso para mim é ligado às eleições. Os tratores são excelentes para obras de fachada ou mesmo para levar a esperança de que alguma obra será concluída onde trabalham.
As notícias da Índia não são boas. Os números de mortos crescem e tudo indica que acabaram suplantando os dos Estados Unidos e do Brasil nos próximos meses.
Além disso, apareceu um fungo nos doentes de Covid-19 e muitos podem morrer apenas por causa desse fungo que não é o vírus.
A mucormicose, doença provocada pelo fungo, afeta os seios da face, o pulmão e o cérebro. De um modo geral, é um fungo que se encontra no solo, em esterco ou frutas e vegetais em decomposição.
A Índia produz vacinas e, certamente, vai ter de colocar todos os esforços no sentido de vacinar em massa. Creio que já foram vacinadas 150 milhões de pessoas, mas ainda assim é muito pouco para o tamanho de sua população, sete vezes maior que a nossa.
O sol desapareceu nesse fim de semana. Como não há filmes, mergulhei na pesquisa sobre viagens e viajantes. Por coincidência, um leitor perguntou qual o livro de antropologia que sugeria para ele ler. Disse que Tristes Trópicos de Claude Lévi Strauss era um clássico. Afinal é a viagem de um grande antropólogo ao Brasil. Ele veio lecionar em São Paulo com a promessa de visitar os índios nas periferias. Mas na periferia de São Paulo não havia mais índios. Acabou indo mais longe.
Embora confessando que odeia viagens e relatos de aventura, Lévi Strauss apresenta muitas reflexões comparativas sobre a Europa e o Novo Mundo. Acabo de ler um interessante ensaio de Silviano Santiago sobre a viagem de Lévi Strauss e, consequentemente, sobre Tristes Trópicos.
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Estou chegando ao final da biografia de Humboldt. De um modo geral, depois de ler muitos dias sobre a vida de uma pessoa, você tende a se cansar um pouco. Não é o caso. Humboldt era realmente extraordinário. Ainda há muito que aprender com ele.
Fonte: Blog do Gabeira