É forçar a barra especular sobre consequências políticas da decisão do STF, como se se tratasse simplesmente de um ‘game’ partidário.
Foi um teatral ‘reencontro’ de um punhado de ministros, temerosos com a proximidade das denuncias, se tornaram arrependidos com a Constituição e o ‘garantismo’ que durante mais de dois anos eles violaram com os pés nas costas.
Mais decepcionante foi assistir parte da sociedade, pequena mas poderosa, ou de militantes dependentes dos seus líderes condenados – num soluço espasmódico, se tornarem ‘garantista’, abraçando oportunisticamente um ‘slogan’ hipócrita, com a galhardia de um herói que assistiu a batalha na frisa do Teatro do Absurdo e depois estourou champanhe Cristal para comemorar.
Na verdade, a Política, como dinâmica social, que abre espaço para a sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida social, negociar as questões mais importantes para a nação, foi hoje literalmente esmagada pelo poder judiciário de última instância, volúvel e submisso aos ditames dos poderosos.
O que hoje aconteceu foi uma VITORIA vergonhosa do Patrimonialismo e uma humilhante derrota da sociedade.
Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.