20 de abril de 2024
Walter Navarro

O calcanhar de barro do gigante Aquiles

Imagem: Arquivo Google – Pinterest

Sinto muito (desolé) para os fãs de Astérix e Obélix, mas na Gália, atual França, a terminação “ix” é como Rex, só o rei dos Gauleses podia usar, poderia ser, por exemplo, Walterix.
Outra decepção. Os gauleses não devoravam javalis, que eram animais sagrados, como as vacas, na Índia. Eles gostavam, como apreciam até hoje, os porcos. E cães! Sim, os cachorros daquela época não eram domésticos, mas bem selvagens. Quando invadiam o acampamento, invariavelmente, viravam churrasco. E mais, gauleses, sempre lutando e derrotando os romanos, só mesmo na aldeia de Asterix.
A história pode ser escrita pelos vencedores, mas a verdade é que os romanos sempre venceram estes e outros bárbaros. A ironia é que os bárbaros de ontem, acabaram com Roma e hoje são os países mais civilizados do mundo, como Alemanha, Dinamarca, Suécia, Noruega…
É, minhas idolatradas e queridos canalhas. “Quem garante que a história é carroça abandonada, numa beira de estrada ou numa estação inglória”, está redonda e quadradamente enganado. “A história é um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue”. Ou a desconheça ou a ignore.
Antes dos romanos, os gauleses viviam em fazendas fortificadas. Suas casas (taperas) tinha parcas e pequenas aberturas à guisa de janelas.
Exatamente para dificultar a entrada de bichos indesejáveis como cachorros selvagens, raposas, ursos e romanos, kkkkkkkkk.
Não serviram muito. Por outra ironia – e a história é repleta delas – a técnica; para a construção das primeiras casas com dois, três andares, assim como das primeiras cidades dos gauleses, como uma tal de Paris; foi ensinada pelos invasores romanos.
Daí para as metrópoles, subúrbios, trens, luz elétrica, favelas, condomínios, shoppings e outras gaiolas de ouro foi um pequeno passo para o homem.
Para a humanidade, nem tanto.Entre a aldeia de Asterix e Paris, tivemos ainda muitos castelos, fortes e fortalezas.Você vê em qualquer filme de Capa & Espada, filmes históricos e de guerra. Um castelo, ornado de fosso, pontes, torres e pedras; por mais impenetrável que seja, sempre tem um ponto fraco. Geralmente revelado por um traidor ou espião.
Por falar em traição, dizia o grande Otto Lara Resende que “a tocaia é a grande contribuição de Minas à cultura universal”. E acho que Otto disse mais. Que a tocaia, sempre pelas costas, era também uma forma de misericórdia, uma forma carinhosa de matar, a vítima vê nada. Quando vê, já está mortinha da Silva.
A Antiga Roma e Minas fizeram escola. Além da tocaia, Minas inventou a arte da conspiração, do tapinha nas costas, da inveja e da vingança. Tudo coisa de traíra, Silvério dos Reis, Calabar, Judas!
Com e sem controvérsias. Pelo menos no caso de Calabar… Minas inventou e exportou, em escala nacional, o Mensalão.
Minas é capaz de eleger e trair Aécio Neves e Dilma Roussef, Anastasia e Pimentel, ao mesmo tempo.
No meio do caminho das fortalezas montanhosas de Minas há sempre uma pedra, uma Mariana, um Brumadinho.
As montanhas de Minas protegem nem os mineiros que, até hoje, acreditam que as decisões passam por Minas, cujo outro nome é Liberdade, kkkkkkkkkkkk.
Mas não falemos de guilhotina “chez” Robespierre, muito menos de corda em casa de Tiradentes! Mesmo porque, o “Golpe Militar de 64” saiu, a facada em Bolsonaro entrou, de e em Juiz de Fora; na Grande Barbacena, terra do português Joaquim Silvério dos Reis, que delatou o bom Joaquim José da Silva Xavier ao governador de Minas, Visconde de Barbacena…
A intransponível Bastilha caiu como uma luva, não por ser uma prisão, símbolo da monarquia, estava vazia; mas porque guardava munição para os rebeldes.Até ser consumido sem moderação e “on the rocks”, em 1912, o Titanic era insubmergível.
Em 1938, um ano antes do início da 2ª Guerra Mundial, países caíam nas mãos de Hitler como peças de dominó.
Mesmo com a debilidade e prepotência dos franceses; mesmo com os erros de Hitler, os nazistas tomaram Holanda, Bélgica e ultrapassaram a famosa, invencível Linha Maginot e invadiram a França de Asterix, como o prego do Marlon Brando penetrou a manteiga derretida da Maria Schneider.
O Muro de Berlim caiu como o mundo de Maysa, arrastando correntes e cortinas de ferro.
César, Napoleão e Hitler caíram.
Uns mataram aulas de História, outros esqueceram de combinar com os invernos russos.
As Torres Gêmeas desabaram, Bin Laden idem e Lula está preso, babacas! Eu não, mas Deus está vendo o que estão fazendo com o Bolsonaro.
Mesmo desligado deste mundo cruel, vejo uma coisa aqui, leio outra ali.
Ainda vão dizer que o Jair guilhotinou Tiradentes; enforcou e esquartejou Louis XVI e Maria Antonieta.
Romanos nazistas, comunistas golpistas, traidores espiões e órfãos da mamadeira petista conhecem as janelas e telhados de vidro, os túneis e os porões do castelo de Bolsonaro. Todos os temos.
Bolsonaro, até agora, só usou a Constituição e a Bíblia, mas o general Mourão conhece “A Arte da Guerra”; as técnicas de guerrilha urbana e pantanosa.
PS: Agora, para queda de cabelos? Corega!

Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

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