28 de março de 2024
Walter Navarro

A Taiguara rachada de Lula

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Tenho uma admiração severa pela teoria dos Seis Graus de Separação. Por ela, no mundo, são necessários no máximo seis laços de “amizade” para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas.
Vou dar um exemplo bem tosco. Num no baile de carnaval do Copacabana Palace, em 2000, cumprimentei, apertei a mão do ator Omar Sharif, um “habitué” daquele lindo hotel. Pele teoria, apertei a mesma mão que, mui provavelmente, segurava seu whisky diário e beliscava tâmaras e belas mulheres como já foram Barbra Streisand, Julie Christie e principalmente Elizaveta Boyarskaya. Principalmente Elizaveta, porque adoro a rima…
Levo a teoria dos Seis Graus de Separação às raias das ligações perigosas entre nomes, locais de nascimento, parentesco, datas; coincidências que não existem, mas acontecem.
Dou mais um exemplo tosco e nada sensual como o de Omar Sharif e sua mão nada boba. Hoje, quando escrevo, dia 10 de outubro, um dia depois do meu 54º aniversário,  o Ministério Público Federal finalmente denunciou LULA da SILVA por mais um crime, há muito conhecido: fraudes em financiamento do BNDES para obras da Odebrecht, em Angola.
Lula e mais 10: formação de quadrilha. Entre eles, o parentesco torto, mas muito ligado, com Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho do ex-presidente LULA, filho do irmão da primeira mulher do petista meliante. Petista meliante é um pleonasmo ambulante.
Meu nome é Walter porque meu pai era Walter. Meu irmão é Newton, em homenagem ao irmão de meu pai, tio Newton, que morreu de apendicite, aos 31 anos de idade. Mas não sei por que meu pai ganhou o nome de Walter e meu tio, de Newton. Dois nomes antigos, crianças de hoje não têm estes nomes.
Não tenho certeza, mas com certeza, Taiguara Rodrigues dos Santos chama-se Taiguara em homenagem ao cantor Taiguara Chalar da SILVA (Montevidéu9 de outubro de 1945 — São Paulo14 de fevereiro de 1996). Taiguara foi um cantor e compositor brasileiro nascido no Uruguai durante uma temporada de espetáculos de seu pai, o bandoneonista e maestro Ubirajara Silva.
Taiguara e eu, aniversariantes do 9 de outubro, ontem. Como John Lennon e seu filho com Yoko, Sean; o macunaímico escritor Mário de Andrade, o entediante cineasta Jacques Tati; o misterioso pintor Ismael Nery. E o jornalista abolicionista José do Patrocínio; o injustiçado coronel francês Alfred Dreyfus, a chata Luiza Helena “Magazine Luiza” Trajano INÁCIO RODRIGUES; o ótimo ator Tony “Monk” Shalhoub; o futuro imperfeito do Rio, Marcelo Crivella; outro jornalista, bem mais atual, José Roberto Torero; o singular roteirista Gulhermo del Toro e a sumida e esquelética roqueira, PJ Harvey…
Nunca gostei de Taiguara como cantor e compositor. Acho suas músicas muito “uruguaias”. Alguns de seus melosos sucessos:  “Hoje, Universo do teu corpo, Piano e viola, Amanda, Tributo a Jacob do Bandolim, Viagem, Berço de Marcela, Teu sonho não acabou, Geração 70 e Que as Crianças Cantem Livres”.
“Universo do teu corpo” é legal, me lembra outro nome bacana, o do filme “Ao sul do meu corpo”, o resto…
Taiguara, Ubirajara, Peri, Cauby, parecem artigos das Organizações Tabajara…
E Taiguara me lembra outra palavra feia: taquara.
Taquaril é um bairro pesado em Betim, Grande BH. Taquaral é um bairro perigoso e uma lagoa de nome feio, em CAMPINAS, onde cresci e morei 14 anos.
Taquara é uma espécie de bambu usado na fabricação de cestas e balaios.
Lembra a expressão feia, taquara rachada e usada para definir pessoas fanhosas ou desafinadas. Comparação ao som produzido, estridente e irritante, quando o vento passa por uma rachadura (fissura) na taquara.
Voz de taquara rachada é comum em adolescentes de 13 a 16 anos. Não só. A voz insuportável de taquara rachada é comum em pilotos de F1 e em senadores chatos e esquisitões como Humberto Costa, nascido em CAMPINAS, mas senador pelo PT de Pernambuco, estado natal de LULA. Outro é Randolph Frederich ” Randolfe Rodrigues” Rodrigues Alves, nascido em Garanhuns PERNAMBUCO, como LULA, mas senador da Rede pelo Amapá.
Taquara é também uma ave trogoniforme esganiçada da mata virgem.
Um bairro do Rio, uma cidade gaúcha.
Só gosto de um tipo de taquara, a série Taquara-Póca, Coleção Francisco Marins. Obras para a Juventude. Em especial, “Os segredos de Taquara-Póca”, quando o “Burrinho Maracujá desaparece misteriosamente e os três meninos embrenham-se em novas aventuras, quando saem à procura do animal desaparecido. Mas existe um mistério – a Flor Roxa do Samambaial que dá força e coragem! Embora repleta de imaginação, as estórias de Taquara-Póca colocam a criança em intenso contato com a realidade! transmitem uma visão total do Brasil, do litoral ao interior!”.
Voilà, finda mais uma aplicação da teoria dos Seis Graus de Separação. “Os segredos de Taquara-Póca”, um dos livros que me despertaram o amor pelos livros. Símbolo de uma época boa, bonita, inocente e cheia de sonhos de criança. Nada a ver e muito longe do tal Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho torto e feio de LULA, ambos envolvidos em coisas feias e tortas, como fraudes em financiamento do BNDES para obras da Odebrecht, em Angola.
PS: Depois de invocar estas entidades rachadas, só mesmo ouvindo The Voice, Mr. Sinatra.

Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

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