26 de abril de 2024
Vera Vaia

O Ibope continua dando Ibope!


Quando a gente pensa que aquela pataquada do registro do Lula como candidato à presidência era só pra fazer um agá, uma semana após, nos deparamos com a primeira pesquisa IBOPE, depois do início da campanha.
E o que ela nos apresentou? Um número absurdo, colocando o preso corrupto, ficha suja e tudo o mais sujo, como primeiro colocado na preferência popular com 37% das intenções de votos. (Alguns dias depois a Data Folha veio com um número maior ainda: 39%).
Ahn? Pergunto eu! Ahn? Perguntamos todos! Ahn e duas vezes Ahn se perguntam os estrangeiros quando leem esse notícia.
Indignada, estupefata, embasbacada, envergonhada, emputecida, coloquei no Twitter a seguinte frase: “em que país do mundo, um ladrão lidera as pesquisas com 37% dos votos?”.
Recebi quase 1.500 curtidas, mais de 300 retuítes e um outro tanto de comentários. E é aí que a coisa pega! Nos comentários! Uma grande parte respondeu que só podia ser no Brasil, sil, sil, ou na República das Bananas, ou no circo chamado Brasil, e outros qualificativos que mostram o quanto o nosso país n’est pas un pays serieux.
Outras tantas duvidaram da honestidade do Instituto, e dos órgãos que encomendaram a pesquisa: Estadão e Globo “porque são comunistas”, “porque estão fazendo campanha pro Lula” e outras elocubrações do gênero.
E teve também a torcida organizada, que chegou babando, defendendo que era porque o Lula estava preso injustamente, que ninguém conseguiu provar nada contra ele, que ele é honesto, que ele só está lá porque a oposição tem medo de que seja eleito presidente, etcetera e tal.
Tudo isso foi uma paulada nas minhas esperanças e me mostrou um Brasil que eu não quero para o futuro. Esse é um Brasil do passado. De um triste passado! Basta ver em que encalacrada nos metemos, ou em que nos meteram.
Perguntei para alguns o que era então aquele calhamaço contendo depoimentos, testemunhos, fotos, notas fiscais, recibos e o diabo a quatro, que estava nas mãos dos juízes, e que foi crucial para a condenação de Lula! Certamente não era o almanaque do Tio Patinhas, alfinetei!
Mas não tem jeito. Não há argumento que faça enxergar quem não quer ver. O PT conseguiu fazer valer a máxima de Joseph Goebbels (outro petistão lá da Alemanha, Ministro da Propaganda de Hittler), “uma mentira repetida mil vezes, torna-se verdade”. E é isso que ele vem fazendo desde que começaram as delações. Seus fiéis seguidores engoliram o mantra “não há provas”, e saem por aí repetindo isso como papagaios.
Alguns, os mais moderados, se limitaram a me chamar de “isentona”, como se isso fosse uma grande ofensa. Outros vieram com paus e pedras pra cima de mim.
Mas faz parte do jogo democrático e eu tô me lixando para as pedradas, agora não dá pra não se lixar é pra esse resultado das pesquisas. É no mínimo preocupante saber que quase 40% população aceita um reconhecido ladrão, condenado a 12 anos e um mês de prisão (por enquanto), pra ser seu amo e senhor.
Isso é um sinal de que nada mudou e de que nada vai mudar.
Outro sinal de que aquela massa cinzenta que os nossos crânios abrigam, não tem sido de grande valia ultimamente, foi o monte de merda que se falou durante a semana, sobre o vídeo das “meninas” cantando e dançando samba com a Alcione. A horda ignara não aceita que Carmem Lúcia e Raquel Dogde, não queiram deixar o samba acabar, deixar o samba morrer.
E assim, a patrulha ideológica, mais uma vez caiu de pau, e os moralistas de plantão soltaram a língua: “Onde já se viu, mulheres sérias caindo no samba?”. “ Vergonha alheia”! “Ridículas”! E por aí afora!
Falta do que fazer! Esse pessoal que se preocupa com esse tipo de coisa ou é ruim da cabeça ou doente do pé!

Vera Vaia

Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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