A famosa ópera “La Traviata”, escrita por Giuseppe Verdi, foi apresentada pela primeira vez em Veneza, no ano de 1853, e arrasou! Nunca mais saiu de cartaz, e até hoje continua lotando os teatros em que é apresentada.
Além de ter uma das árias mais bonitas e mais conhecidas do mundo da ópera – mais tarde imortalizada por Luciano Pavarotti – o enredo debulhou os corações apaixonados.
Violetta Valéry, que prestava serviços de sex delivery ao rei, conheceu numa festa Alfredo Germont, que, de cara, declara seu amor amor a ela, mesmo sabendo de sua vida mundana.
Em pouco tempo ela cede aos seus encantos, e resolve ir viver ao lado dele. Pegam um Uber e se mandam para os arredores de Paris para viverem a travolgente história de um amor e uma cabana.
Mas a vida não estava fácil pra eles. O Camembert pela hora da morte, os vinhos, ainda que nacionais, a um preço proibitivo, a obrigava a ir sempre a Paris para vender seus bens e assim fazer um caixa dois pela sobrevivência no campo.
Aí o pai do Alfredo (sempre tem um parente pra atrapalhar), monsieur Giorgio Germont, sabendo que eles estavam juntos, foi lá jogar bosta no ventilador. Pediu, implorou, mandou ela sair de fininho porque estava prejudicando a reputação de seu filho e coisa e tal.
Obedecendo às súplicas do sogro, Violetta manda um WhatsApp para o amado, mentindo que não queria mais saber dele, e vai embora direto pra festa na casa da amiga Flora Bervoix.
Desconfiado de que ela o estava traindo, Alfredo vai até a casa da amiga e logo vê Violetta chegar acompanhada pelo Barão Duphol. Em seguida eles começam a jogar. Alfredo ganha uma baita grana e joga tudo na cara dela, como que dizendo, não era isso que você queria? E pra deixar bem claro que estava puto da vida, desafia o barão para um duelo. Ela, ainda apaixonada, não aguentou e acabou desmaiando.
Mais tarde, descobriu-se que o desmaio não foi só de emoção. Violetta estava com tuberculose. E, pior, além de doente estava pobre porque havia torrado tudo o que tinha para manter a casa no campo. Sendo assim, não pôde fazer um tratamento adequado no Albert Einstein e a coitada, acabou morrendo na fila do SUS.
Por que eu me lembrei disso agora?
Por causa do Bebianno. Toda vez que ouço seu nome, e desde a semana passada não foram poucas as vezes em que ouvi, me vem à mente a ária Brindisi da ópera La Traviata – A Mulher Caída, em português – por associação de palavras, pela sonoridade e pelas circunstâncias: 🎼 Libiamo, Libiamo… (Bebamos, Bebamos…)🎼, que, numa adaptação para uma ópera (bufa) brasileira, poderia ser 🎼Bebianno, Bebianno…🎼… já que a história que envolve amor (nesse caso, entre aspas), dinheiro e suposta traição, está muito próxima da original.
E com uma simples troca do artigo feminino pelo masculino, até a tradução do título se encaixa! O Homem Caído!
Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.