26 de abril de 2024
Colunistas Vera Vaia

Porres da Semana!

Eita semaninha chata essa, pô! Perdi até o ânimo de escrever, mas, incentivada por todos os meus dois leitores, cedi e aqui estou com o humor do Omar Aziz diante de depoente que mente descaradamente, apesar das provas explícitas que negam suas falas.

Fiquei bastante abalada com a situação do Afeganistão, apesar de ser esse um país em constantes conflitos. As cenas da mãe desesperada pra sair de lá passando criança pra cima do muro, sem mesmo ter a certeza de que ela própria irá conseguir transpor a barreira, cenas de gente que escapou do ataque terrorista se atirando no esgoto, cenas de gente carregando seus filhos no colo chorando por toda parte… Isso deixa qualquer mortal comum de baixíssimo astral.
Deveríamos estar acostumados, mas eu não me acostumo. Não me acostumo e não entendo como se mata tanto “em nome de Deus”. (Aqui pode não ter matança – pelo menos não apurada até agora -, mas tem muita roubalheira em nome Dele. Até rachadinhas são praticadas em “nome de Deus”).

Passei o dia ouvindo comentaristas descendo o cacete no Joe Biden, mas, apesar dos 13 soldados americanos mortos, não consegui ter raiva dele. Seu discurso me sensibilizou, achei que ele estava realmente condoído com a tragédia. Fiquei imaginando que se isso tivesse acontecido no governo anterior, Trump passaria o dia no cabeleireiro fazendo escova nas suas madeixas alaranjadas antes de ir a público jogar a culpa em alguém. Fazendo seu beicinho de criança birrenta, certamente iria jogar a responsabilidade nas costas do FHC, ops, nas do “son of a bitch” do Obama. Isso é típico dos aspirantes a ditadores. Não ouviram o nosso presidente dizer esta semana que a inflação é culpa do “fique em casa”? Sua negligência na compra de vacinas, sua má conduta diante da pandemia, a falta de medidas econômicas esperadas do seu Posto Ipiranga, ou melhor, da bomba de gasolina desativada do Posto Ipiranga, não tiveram nenhuma interferência na inflação, certo, Coiso?

É fácil jogar responsabilidade nas costas de alguém, principalmente, quando o acusador não tem nem a mínima ideia da real situação em que o brasileiro se encontra. Ele nunca chegou ao portão para pegar o gás a R$ 130,00 o botijão. Se já entrou num açougue, deve ter achado muito barato pagar R$ 50,00 o quilo da carne de segunda, se comparado ao preço daquela picanha de R$ 1.800,00 o quilo que abrilhanta seu churrasco.
Não tem noção do que é fazer a compra da semana, atualmente. Nem imagina que no supermercado faz tempo que os carrinhos de compras foram substituídos por carrinhos menores, e que nas duas últimas semanas já foram trocados por cestinhas de mão.

E a cada notícia que lemos, mais desanimados ficamos. Li, um dia destes, que o cantor sertanojo Sérgio Reis se internou no Hospital Albert Einstein para “tratamento de saúde”. Fiquei de cara! Virou moda esse negócio? Cada um que quer fugir das responsabilidades pega e se interna num hospital de luxo? Assuma a cagada, cara! Afinal, você não é um Baita Macho? Dê uma de Biden, suba num palanque e diga que fez besteira, que não vale a pena pregar a volta da ditadura, que prezamos nossa liberdade, que esse sujeito que você defende não vale o que come, que ele é mais sujo que pau de galinheiro, e o que ele quer na verdade é se sentar num trono e ter súditos no lugar de ministros. Péra, apaguem essa última frase. Ele já os tem.

Tanto que mandou o Marcelo Quidroga (como o ministro da Saúde é chamado nas redes sociais) colocar seu melhor sorriso na cara e ir a público anunciar a terceira dose da vacina para a população. Ele foi todo pampeiro, mas não faltou um “veja bem”: as vacinas distribuídas serão somente as da Pfizer e da AstraZeneca. Nada de vacina do calça apertada, talquei?

Desculpa aí, gente mas hoje tô meio Hardy, a hiena pessimista do desenho de Hanna-Barbera: Oh céus, oh vida, oh azar…

Vera Vaia

Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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