De um modo geral, os assuntos batidos e rebatidos pelos candidatos foram: do lado do PR, a corrupção; e do outro lado, o orçamento secreto.
Lula não respondeu a qualquer das perguntas que lhe foram feitas, nem por Bolsonaro e nem pelos jornalistas. Fugiu, sempre com a já conhecida história de “no meu governo…”.
O PR se saiu bem quando foi confrontado quanto ao tal “orçamento secreto”, dizendo que ele vetou as tais “emendas do relator” que a mídia consorciada apelidou de “orçamento secreto”, mas o seu veto foi derrubado pelo Congresso. Ele não poderia fazer nada.
O molusco logo de início, falando do Auxílio Brasil, falou em “600 mil reais”. Óbvio que ele se enganou, mas ficou engraçado e o PR não aproveitou esta “deixa” para ridicularizá-lo ainda mais.
Não achei que houve ganhadores ou perdedores, mas, de um modo geral, achei a postura do PR melhor no palco. Calmo, firme, irônico/sarcástico e direto, chamando o descondenado para ficar próximo e, frente a frente com ele ao responder, chegando até a tocar em seu ombro.
O molusco parecia um ator mambembe procurando a câmera para fazer caras e bocas em close. Muito raivoso. E a gravata? Ah, a gravata… Nas 4 cores da bandeira, parece, para mim, ofensiva no pescoço dele. O estilo da gravata, particularmente, me agradou – gosto de gravatas -, mas a conotação que ele quis dar, foi de apego às cores da nossa bandeira, tão rejeitada por seu partido e seguidores, que optaram pela de cor vermelha.
Aliás, um detalhe: segundo alguns, melhores observadores do que eu, a gravata foi a mesma usada pelo descondenado durante seu depoimento a Sergio Moro na Lava-jato. E eles estavam certos, conforme ilustra a foto abaixo.
Achei muito boa a parte com ênfase na corrupção da Petrobras. O molusco gaguejou e no meio da resposta disse coisas desconexas, se enrolou na organização da fala e depois disse que aquilo era passado e que “se os caras confessaram é porque houve roubo”. Mas se foram devolvidos mais de 30 bi Reais, espontaneamente nas delações, quanto mais não foi devolvido? Quem roubou tinha que pagar e ponto final, bola pra frente. Mas disse que foi ele quem fez a Petrobras e todas as estatais crescerem e, especialmente a Petrobras, se agigantar e ser uma das maiores do.mundo, etc… uma piada, realmente. Falou que não tinha problemas em falar de Petrolão e “Petrolinho”!!! (não sei o que seria isso).
O PR passou muito bem no assunto “corrupção”, mostrando votos e declarações públicas do Barroso, de Joaquim Barbosa e de Gilmar Mendes. Essa parte foi um massacre!
O molusco disse que, no caso da corrupção, as empresas jamais poderiam ser punidas, para não gerar desemprego, ou seja, segundo ele, uma empresa forte, pode fazer o que quiser porque não seria penalizada e sim, apenas ter seus diretores demitidos e, talvez, presos… uma brincadeira…
Sobre a pandemia, o molusco pegou pesado, mas o PR respondeu à altura quando falou e citou que ele (o molusco): “Fez discurso em cima do caixão da esposa e está se comovendo pela sogra. Senhor Lula, entenda uma coisa, por favor: os enterros eram com caixão lacrado, ninguém podia ir ao enterro, nem familiares. E eu visitei hospitais, sim, e o senhor não tem conhecimento. Só que eu não preciso fazer propaganda do que faço. Me comovi. Me preocupei com cada morte no Brasil”.
Ele está certo. Não era permitida e nem recomendada, a presença de pessoas nos velórios. Eu, inclusive, perdi um grande amigo e não pude comparecer ao seu velório e nem à sua cremação, infelizmente.
Ainda no item sobre a Pandemia, o PR justificou o porquê de só comprar as vacinas em janeiro/21 e não em dezembro/20. Elas ainda não tinham sido reconhecidas pela ANS, agência independente. Assim que foram, ele as comprou e somos o país que mais vacinou no mundo.
Com relação à administração do tempo, o PR usou e administrou-o muito melhor, sendo econômico e deixando o molusco esbravejar e deixar para ele (PR), mais tempo no fechamento do bloco, sem qualquer contestação. Foi bom, mas poderia ter sido menos repetitivo e esmagar o larápio ali mesmo. De todo modo, administrou melhor seu tempo.
Surpreendeu-me a presença de Sergio Moro no evento. Acho que surpreendeu a todos. Uma tomada de posição importante para os dois. Obviamente, ele jamais apoiaria o descondenado, logo, seu apoio ficou óbvio. Ficou como papagaio de pirata na entrevista e teve a presença usada pelo PR em sua avaliação do debate.
Enfim, achei bom o debate, principalmente quanto ao formato: livre, com mais tempo para os candidatos, sem as amarrações de tempo de resposta, réplica e tréplica, com assuntos sorteados. Parabéns à Band pela inovação no formato. Espero que ele seja adotado pela Globolixo no último debate.
Com relação ao formato, apenas uma crítica: as perguntas dos jornalistas NÃO foram respondidas por nenhum dos candidatos e como não havia possibilidade de réplica, os jornalistas ficaram sem as respostas. Achei as perguntas deles muito longas e uma delas, deixava ao candidato apenas a possibilidade de um sim ou não. Os jornalistas precisam melhorar suas perguntas. Tenho certeza de que não foi útil para o eleitorado e para o rumo da eleição.
O molusco mente muito, é um ator cabotino e cara de pau inacreditável. Pena que boa parte do povo não consiga ver isso.
De fato, para mim, a simples presença desse “Odorico Paraguaçu” piorado e repaginado na eleição é uma agressão, uma ofensa à nação.
Infelizmente muita gente do povo não consegue perceber isso, uma outra parte não tem memória por ser ainda muito jovem e só sabe do que tem sido narrado pela mídia e, last but not least, uma grande quantidade de pessoas esclarecidas e até certo ponto identificadas no imaginário popular como “gente séria” adere a essa candidatura por interesse pessoal e comercial. Quem estava se locupletando, vai querer continuar…
Se JB se reeçeger será uma forte prova de evolução do povo brasileiro, caso contrário…
