10 de setembro de 2025
Vinhos

Que vinho está nesta garrafa?

Não é exatamente uma regra, mas tem alguns vinhos que podem ser facilmente identificados pelo estilo de suas garrafas. Aqui estão dois exemplos muito fáceis e bem conhecidos de todos:

A primeira foto é do tradicional “fiasco”, dos Chianti, hoje em dia bem pouco usado. A segunda, uma conhecidíssima garrafa de Champagne, cujo modelo é usado por produtores de espumantes nos quatro cantos do globo.

Nem todas os demais formatos de garrafa, usados no produção de vinhos, podem ser tão simples assim de identificar. Mas, para os aficionados, são uma bela forma de marketing, permitindo até algumas brincadeiras e apostas. A garrafa mais comum é o modelo “Bordalês”.

Seu nome já diz quase tudo. O vinho que vamos encontrar seria, basicamente, um corte elaborado com as clássicas 6 castas permitidas naquela região: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot, Malbec e Carménère.

Por extensão, qualquer vinho varietal destas castas, produzido em outras regiões, adota este formato. Isto se aplica, também, para a varietais brancas: Sauvignon Blanc, Sémillon, e Muscadelle.

O próximo par de garrafas representam os vinhos de duas regiões francesas bem distintas.

A primeira é conhecida como formato da Borgonha. O vinho, um Pinot Noir ou um Chardonnay. Neste caso, a cor da garrafa é esverdeada.

A segunda, muito parecida, vem da região do Rio Ródano. Reparem que o “pescoço” de uma é mais curto que o da outra. Os produtores mais famosos do Rhone costumam ter uma marca, em relevo, nas suas garrafas. São vinhos elaborados com as castas Syrah, Grenache, Cinsault e outras.

Ainda na França, vamos encontrar outros dois formatos bem característicos, na região do Jura.

A primeira é um Cotes du Jura, quase sempre um Pinot Noir. Talvez, por isso, o diferente formato para não confundir com os vinhos da Borgonha.

A segunda garrafa é um vinho muito especial, o “Vin Jaunne”, um vinho branco que é elaborado como se fosse um tinto. Um clássico daquela região.

Na Alemanha e na Alsácia, vamos encontrar outro formato de garrafa muito popular:

São as garrafas “flute”. Uma representa a região do Reno é a outra os vinhos da Alsácia. Poderíamos incluir mais uma, a da região do Mosela. São todas muito semelhantes e só um olhar bem detalhista vai diferenciar uma da outra. O tom do vidro é uma das grandes diferenças. As castas mais comuns de serem engarrafadas são: Riesling, Pinot Gris e Gewürztraminer.

Na região da Francônia vamos encontrar esta outra garrafa, a “Bocksbeutel”:

Dentro dela, quase sempre, um vinho da casta Silvaner.

Para encerrar, sem pretender esgotar o assunto, mas duas garrafinhas: uma portuguesa e outra francesa.

O Vinho do Porto tem uma garrafa que, de certa forma, seguiu as linhas da clássica bordalesa, menos no gargalo. Reparem que há um pequeno bulbo, que se destina a fazer uma leve decantação na hora de servir. A outra garrafa, é um rosado da Provence. O sinuoso formato sugere uma delicada sensualidade que remete à cor e ao estilo deste tipo de vinho.

Mais uma tradição do que uma regra, não podemos garantir que sempre vamos encontrar o que foi descrito aqui. Outros fatores podem influenciar na hora de escolher o melhor envase, muitas vezes de ordem prática ou econômica.

Mas podem apostar com os amigos e alegrar uma reunião.

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Monte Castelo – Albhus – Gran Reserva Cab Sauvignon – 2021

A Vinícola Monte Castelo foi fundada em 2016 em Jaraguá, Goiás pelos amigos Milton e Carolina Santana, Marco e Luciana Cano. De enófilos, passaram a ter o seu próprio negócio do vinho. A primeira safra foi em 2020, com colheita manual e seleção dos cachos para que somente bagas sãs sejam vinificadas. A Sauvignon Blanc resultou em 11 garrafas e a Syrah resultou em cerca de 100 garrafas e mostraram todo o potencial do terroir no Cerrado Goiano. A safra de 2021 foi a primeira safra comercial com cerca de 6.000 garrafas entre branco, rosé e tinto.

O Monte Castelo Albhus Gran Reserva Cabernet Sauvignon safra 2021 é feito de 80% Cabernet Sauvignon e 20% Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot. Maturado por 8 meses em contato com as lias finas. 100% do vinho estagiou em barricas de carvalho francês novas por 12 meses e mais 12 meses em garrafa. Possui cor rubi, límpido, brilhante e com lágrimas intensas e aromas de frutas negras e frutas em compota, toque de tostado. De média acidez, taninos presentes e persistentes, frutas negras, cacau, coco tostado e especiarias, final persistente.

Valor unitário em 28/08/2025 – R$ 295,00

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de abertura por Freepik.

Tuty

Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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