16 de setembro de 2024
Sylvia Belinky

Falando de flores

Meu pai já dizia que, porque o outro zurra, isso não me autoriza a dar coices…

E uma boa forma de pedir desculpas, declarar amor e carinho agradar, de forma geral, era oferecer flores, que tinham, inclusive, uma “etiqueta especial”: rosas vermelhas, amor, rosas brancas, paz, nem sei mais, mas, à época, havia rosas cheirosas e uma era especial, chamava-se Tiffany e era cor de roda com um amarelo no fundo… um luxo!! (Sim, porque naquela época as flores eram perfumadas – hoje, estranhamente, perderam o perfume – mas, do meu ponto de vista, continuam encantadoras!)

Digo isso, para comentar sobre um gesto que era muito usual no passado, mas que caiu em desuso: dar e receber flores. Algo tão agradável, tão simpático, perfumado e alegre que dava um quentinho no coração!

Sempre adorei plantas e, mais ainda, receber flores!

No meu primeiro jantar especial com meu marido, ganhei, comprada no Largo do Arouche, local famoso, em São Paulo, por suas barracas de flores abertas dia e noite, exalando um perfume incrível, sem contar seu colorido variadíssimo, muitas vezes, exibindo flores só vistas em fotos: raras e igualmente caras.

Lembro, inclusive, de uma floricultura nas imediações do Cemitério do Araçá, de nome extremamente simpático, “Na Dúzia de Treze”, onde meu tio Júlio Gouveia, um gentleman encantador, costumava comprar flores para presentear, bem como para enfeitar a própria casa.

Recentemente, ouvi de uma pessoa conhecida que tem gente que não gosta de flores em casa, nem de ganhá-las e que já avisou que, quando morrer, não as quer no seu caixão nem no funeral – certamente, alguém que nem sequer as merece!

Sem dúvida, é o cúmulo da ousadia fazer recomendações para o próprio velório (meu sábio pai também dizia que você não deve proibir aquilo que não pode controlar) e, ou muito me engano, ou é esta, exatamente, a situação na qual, em princípio, você não estará no controle de coisa alguma…

Não sei se acredito em vida após a morte; mas, que essa é uma ideia confortadora, lá isso é – ao menos para quem acha que não vai para o inferno!

Sylvia Marcia Belinky

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

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