No dia do achincalhamemnto de Vini Jr, no estádio espanhol, não consegui me conter e coloquei meu protesto no Facebook, com sua foto grande e seu sorriso luminoso.
Não sou panfletária, muito menos ativista de causa alguma.
Entretanto, ao ver esse guri – sim, guri, ele ainda é um rapazote de 22 anos – jogando na nossa seleção, tive uma “recaída” de amor por ela: a alegria do jogo desse menino estampada em seu rosto é contagiante.
Jogar futebol é o que ele sabe e gosta de fazer: um futebol lindo e vibrante.
Fazia muito tempo que eu não via esse amor pela “amarelinha”, e passei a acompanhar os jogos por causa dele.
Lamentei saber que não veria aquele espetáculo em time algum brasileiro, pois tamanho talento não deixaria de ser contratado por algum time estrangeiro milionário.
Não deu outra: o moço joga no Real Madri, um dos melhores time do mundo.
Não sou uma entusiasta do futebol e acabei me esquecendo dele até a fatídica segunda-feira, quando vi a enormidade que fizeram com ele e me revoltei!
Com que direito essa torcida o insulta desta forma, apenas por ser negro e dançar depois de um gol?
E como me pareceu, o estádio inteiro gritando “mono, mono”, fiquei sem entender se era apenas o inimigo despeitado ou também os torcedores de seu próprio clube.
Em seguida, ouvir do presidente da LaLiga que a “culpa” era do Vini. Como assim?! Ele toma um “mata leão”, reage e é expulso pelo juiz que deveria estar apitando… uma tourada!
Tudo o que se disse depois, da falta de culhões da FIFA em reagir, das desculpas esfarrapadas do tal presidente – “fui mal interpretado”… É vergonhoso, abaixo de qualquer crítica.
De novo, não estou pleiteando nada a não ser respeito pelo moço e sua habilidade.
Não acho que somos todos iguais, mas, certamente, merecemos ter as mesmas oportunidades. Aproveitá-las ou não vai depender da nossa capacidade.
Não dá para esquecer que é cientificamente comprovado que os negros têm uma resistência maior do que os brancos e é inegável que seu rendimento como esportistas é extraordinário.
E não se pode esquecer que o maior jogador de futebol do mundo, Pelé, também era negro. Cassius Clay, um dos maiores boxeadores que o mundo conheceu, também e muitos outros exemplos.
Ouvi a live do Vini Jr e fiquei encantada com sua coragem, inteligência e, mais do que tudo, sua facilidade de expressão: vai em frente, Vini: muito sucesso nessa sua cruzada!
Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a “falarem a mesma língua”, traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma… Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar… De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena – só não tenho a menor contemplação com a burrice!
