Em nota, que depois apagou, o PT no Senado culpa a política imperialista dos Estados Unidos pela invasão da Ucrânia
Exemplar a aliança de uma parte da esquerda brasileira com Bolsonaro em defesa tácita de Putin e da invasão da Ucrânia. É quando os autoritários e falsos democráticos se encontram.
A bancada do PT no Senado culpou os Estados Unidos pelo ataque russo. E postou nas redes sociais a seguinte nota:
“O PT no Senado condena a política de longo prazo dos EUA de agressão à Rússia e de contínua expansão da Otan em direção às fronteiras russas. Trata-se da política belicosa, que nunca se justificou, dentro dos princípios que regem o Direito Internacional Público.”
“Essa política imperialista produziu o quadro geopolítico que explica o atual conflito na Ucrânia. Tal conflito, frise-se, é basicamente um conflito entre os EUA e a Rússia. Os EUA não aceitam uma Rússia forte e uma China que tende a superá-los economicamente.”
“Contudo, a aposta recente da Rússia na guerra, ainda que parcial e com objetivos meramente militares, também agride o Direito Internacional Público e o sistema de segurança coletiva cristalizado na ONU. Por isso, o PT no Senado lamenta e condena essa aposta temerária na guerra.”
Do alto, partiu a ordem de apagar a nota, e assim se fez. E Lula, em entrevista a uma emissora de rádio, apressou-se a corrigir o erro dos seus companheiros:
“Ninguém pode concordar com guerra, ataques militares de um país contra o outro. A guerra só leva a destruição, desespero e fome. O ser humano tem que criar juízo e resolver suas divergências em uma mesa de negociação, não em campos de batalha.”
O minúsculo e barulhento Partido da Causa Operária (PCO) não recuou da nota que distribuiu. Um trecho dela:
“O que temos aqui não é uma guerra da Rússia contra a Ucrânia, o que está acontecendo é um conflito entre uma nação ameaçada e o imperialismo mundial, onde a nação ucraniana entrou infelizmente como instrumento do imperialismo.”
“Todas as lutas contra o imperialismo são lutas de libertação nacional. Todas as guerras contra o imperialismo ou países por eles controlados são guerras de libertação nacional.”
Fonte: Blog do Noblat
Jornalista, atualmente colunista de O Globo e do Estadão.