Calma caríssimo leitores, não é o que vocês estão pensando ao lerem somente o título desse artigo. Ao longo das linhas escritas por mim abaixo, entenderão que faço uma reflexão filosófica e reflexiva associada uma visão crítica do mundo em que vivemos com suas contradições.
Talvez nenhuma saudade seja completa. O “mundo dos homens” é este terreno instável, feito de luz e sombra, ternura e brutalidade. Nele, o humano se revela inteiro: capaz de grandes gestos de amor, mas também de traições silenciosas; capaz de erguer catedrais, mas também de devastar florestas; capaz de sonhar com a eternidade, mas de se perder em vaidades banais.
Quando dele partir, não levarei comigo as dores das guerras, os absurdos da desigualdade ou as máscaras da hipocrisia. Se houver saudade, será dos instantes que escaparam ao domínio da lógica e do poder: o riso despretensioso de uma criança, a música improvisada na esquina, a conversa que aquece uma noite fria, o pôr do sol que insiste em ser gratuito.
O mundo dos homens é imperfeito, e talvez seja justamente essa imperfeição que lhe dá sabor. Se nele sofri, também nele aprendi que a beleza pode resistir em meio ao caos. A saudade, portanto, não será do mundo em si, mas da possibilidade que nele havia: a chance, sempre aberta, de que o humano fosse maior do que a sua miséria.
O “mundo dos homens” é um terreno hostil. Nele se multiplicam as desigualdades, a ganância é celebrada como virtude e a mentira, tantas vezes, veste a roupa da verdade. É o mundo em que o poder se sobrepõe à justiça, onde a vida humana tem preço, mas não valor.
De que sentir saudades, então? Da corrupção que corrói a política? Da violência que mata inocentes todos os dias? Do descaso que transforma sonhos em estatísticas? Se algo merecer lembrança, não será o mundo como ele é, mas os lampejos de humanidade que sobrevivem apesar dele.
Terei saudades não do sistema que oprime, mas das resistências que nascem contra ele. Não da violência, mas da coragem dos que lutam por paz. Não da mentira, mas da persistência dos que, mesmo esmagados, ainda dizem a verdade.
Esse “mundo dos homens” não deixa de ser também um espelho: nele vemos tanto a face mais cruel quanto a mais generosa do ser humano. Se há saudade, será dos que ousaram caminhar na contramão da barbárie, lembrando-nos de que, apesar de tudo, ainda era possível acreditar.

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado da Bahia (1987)-UNEB e graduação em bacharelado em administração de empresa – FACAPE pela FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DE PETROLINA (1985). Pós-Graduado em PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL. Licenciatura em Matemática pela UNIVASF – Universidade Federal do São Francisco . Atualmente é proprietário e redator – chefe do blog o ProfessorTM