28 de março de 2024
Colunistas Paulo Antonini

As areias do Leblon


Fui criado nas areias da praia do Leblon, zona sul carioca, onde, dividíamos nosso quintal entre os terrenos baldios com todos os encantos do mundo brejeiro e o mar, com sua força, mistérios e, claro, as areias onde tudo e todos desfilavam para nosso deleite prosaico e sensual.
Dos jacarés nas enormes ondas até as competições de futebol e vôlei, tínhamos um passatempo que era pura “mulekisse”. Cavávamos um buraco na areia de aproximadamente 50cm e o cobríamos com uma folha de jornal e, sobre a folha, púnhamos sutilmente uma fina camada de areia para deixar armadas as armadilhas onde cairiam os desavisados praianos. Nos colocávamos deitados nas quentes areias aquecendo nossos corpos da água fria e logo, aparecia uma vítima para nos alegrar e gargalhar com a desgraça alheia.
Me lembrei disso tudo por ter visto a entrevista da Regina Duarte na CNN há dias atrás e sua consequente demissão.  Não posso afirmar que essa foi a causa, mas, com certeza, foi o momento onde ela se deu conta do buraco em que se meteu ao cair na armadilha preparada pela equipe de “jornalismo” dessa emissora. Não foi raso como o buraco das armadilhas da garotada do Leblon, foi um buraco de dimensões abissais e o golpe foi acusado.
Podemos dizer que essa é a praxe da grande mídia marrom ao entrevistar qualquer membro do governo de Jair Bolsonaro. Mas, os seus pares, são já cascudos, ao passo que a Regina segue sendo a doce e idealista Namoradinha do Brasil que, com toda sua inabilidade para lidar com cobras venenosas, deixou no subtexto da entrevista, uma óbvia profecia:  Sua futura saída da Secretaria de Cultura.
Vimos, aí, as duas faces do Brasil, Regina, representando o Brasil que quer crescer longe das velhacarias e injustiças, bradando para seguirmos em frente, sem olhar para trás e, Maitê Ladina Proença, que simboliza essas pragas que tanto refutamos, do alto de um dos edifícios mais aristocráticos da orla de Copacabana, sentada sobre a contumaz narrativa mentirosa para se agarrar e manter esse passado, nos brinda com uma revelação que deve ter feito, Stanislaw Ponte Preta se revirar no túmulo em cambalhotas.  “Estou sobrevivendo de vaquinhas de amigos”.
Muitos sabem que ela recebe uma pensão do erário por conta da morte do pai, mesmo, a despeito, te ter tido um filho com um outro personagem dessa gasta e corrompida engrenagem, Paulo Marinho, vulgo Coelho, que tem esse apelido por seus dotes sexuais que sempre os usou para abrir portas e fazer carreira. Esse agente da agiotagem sexual e a Ladina Proença, de comum acordo, não se casaram para que ela mantivesse intacta sua pensão, subtraindo dos menos favorecidos uma possibilidade de uma vida melhor, o que expõe toda a hipocrisia da sua retórica falaciosa.
Voltando à entrevista, nossa namoradinha, que antes cantara ingenuamente a música que todo o Brasil cantou à época da Copa do Mundo de 70, que nos remetia a um momento de vitórias e orgulho, no que prontamente, esses falsos arautos da defesa da democracia brasileira, identificaram na cantarolagem, uma veemente defesa da “ditadura” militar.
A espremiam a cada frase, palavra ou respiração. Queriam dela, a todo custo, uma espécie de confissão que estremecesse o governo e a república. Revoltada com a quebra do roteiro da entrevista e com a aparição covarde da Maitê Maligna Ladina Proença, se levantou e encerrou a farsa jornalística.
A partir daí, começaram as narrativas com diversas interpretações da armadilha arquitetada. Pronto, manchetaram em todo o país que a atriz ou melhor, segundo eles, ex-atriz, dera um chilique de pelancas quando se viu sem saída por falta de respostas as pueris questões levantadas pelos escoteiros do jornalismo da CNN.
Nesse novo capítulo, essa demissão se junta às anteriores com a ressalva que Regina, continuará encarnando a namoradinha de um Brasil que quer enterrar essa milícia e seu passado.
Já, os distinguidos demais senhores, seguirão de mãos dadas com os Moronaímas hipócritas e suas vestes escrotais, num lamaçal onde chafurdarão, até o suspiro final.
“Duzentos milhões em ação pra frente Brasil do meu coração
Todos juntos vamos pra frente Brasil salve o Capitão
De repente é aquela corrente pra frente parece que todo o Brasil deu a mão
Tudo é um só coração e juntos vamos derrotar essa horda do mal”.
SALVE BRASIL!!!

Paulo Antonini

Paisagista bailarino e amante da natureza. Carioca da gema, botafoguense antes do Big Bang.

Paisagista bailarino e amante da natureza. Carioca da gema, botafoguense antes do Big Bang.

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